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Videoconferência critica o projeto político do governo Temer contra os trabalhadores



 O Comitê Uneb pela Democracia realizou na segunda-feira (08), a primeira etapa do ciclo de debates O Ataque à democracia no Brasil. A atividade denominada Desconstruindo a ponte para o futuro, teve como debatedores a professora Núbia Ramos (Uneb) e o deputado federal Davidson Magalhães. A mediadora foi a diretora da ADUNEB, Zózina Almeida. O debate aconteceu no auditório do sindicato dos docentes da Uneb, no Campus I, e teve a transmissão por videoconferência disponibilizada a todos os 24 campi da universidade.

Após uma breve contextualização histórica sobre o golpe, que resultou no impeachment de Dilma Rousseff, a professora Núbia Ramos fez minuciosa análise da proposta de governo de Michel Temer, que é denominada como “Uma ponte para o futuro”. De acordo com Núbia, o documento é composto por uma série de políticas que fornecem ambiente favorável à expansão do capital internacional e à ampliação do lucro das empresas privadas no Brasil. Para tanto, faz o profundo desmonte do setor público e a retirada de direitos trabalhistas e sociais da classe trabalhadora.
 
Segundo a professora Núbia, o documento é incisivo na urgência do ajuste fiscal, na redução de investimentos sociais e na necessidade do sacrifício da população. Tais propostas já podem ser comprovadas, na prática, por meio dos atuais ataques à democracia como: a Reforma do Ensino Médio, a Lei da Terceirização, as reformas Trabalhista e da Previdência, e o limite de investimento orçamentário do setor público (antiga PEC 55). A docente concluiu sua participação ressaltando a importância de se intensificar a luta para reverter o atual cenário político. Finalizou com a defesa das eleições gerais para presidência e Congresso Nacional.
 
Para o deputado Davidson Magalhães, o governo Temer, pautado no projeto Uma ponte para o futuro, intensificou a política neoliberal do país. Magalhães analisa a PEC 55 como o símbolo da visão fiscalista do governo do PMDB. “Não há país no mundo que tenha limite de orçamento na Constituição Federal. É a depreciação total dos setores sociais”, afirmou. Segundo Magalhães, o ajuste fiscal tem como objetivo o aumento do superávit primário, mas não para investir em setores como saúde e educação, mas para deslocar o orçamento aos setores privados, sobretudo, financeiro e empresarial do país.
 
O deputado Davidson também se mostrou crítico ao papel que o governo Temer atribui ao Estado. Ao contrário do que faz o governo federal, o Estado deveria ser visto como um elemento proativo para o desenvolvimento do Brasil. Seguir o mesmo caminho trilhado por todos os demais países de capitalismo tardio e em franco desenvolvimento, a exemplo da China. Antes de encerrar, Magalhães ainda alertou para outro fato preocupante, a política de ajuste fiscal de Temer também pautar as agendas dos governos estaduais, tendo como resultado o desmonte do serviço público e o ataque aos direitos trabalhistas.
 
A próxima etapa do ciclo de debates O ataque à democracia no Brasil abordará o tema Reforma da Previdência. A atividade acontecerá em 22 de maio, às 14h, no teatro da Uneb, no Campus I. Toda a programação do ciclo é gratuita e aberta ao público. Não há necessidade de inscrição prévia.