Notícias

Governo enrola, não apresenta proposta e volta a travar as negociações



MD não aceita o desrespeito e vai endurecer ainda mais nas reivindicações de greve. Professores arrancaram nova reunião para esta quinta-feira (18)  

O governo petista da Bahia parece querer entrar para a história por ser ainda pior que os governistas do Carlismo, no que se refere aos ataques aos direitos trabalhistas. Para o Comando de Greve da ADUNEB, essa é a impressão deixada pela equipe do governador Rui Costa após a reunião de ontem, 16.06, na mesa negociação que discute a greve dos professores das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). 

Após a reunião anterior, em 10.06 (leia mais), em que se acenavam avanços quanto ao respeito aos direitos trabalhistas, a exemplo da alteração do quadro de vagas por meio de suplementação orçamentária, na negociação desta terça-feira (16), novamente o governo criou impasse nas discussões. Segundo o Movimento Docente (MD), a alteração das vagas solucionaria momentaneamente os problemas de direitos trabalhistas, desde que garantisse a implementação de todos os processos e o fluxo em andamento de promoções, progressões e alterações de regime de trabalho. Esses direitos são leis trabalhistas, garantidas no Estatuto do Magistério Superior, duramente conquistados pelos docentes, por meio de muitas greves, no Carlismo, um período considerado trágico na história da Bahia. Atualmente, segundo o MD, o que o governo petista tenta fazer é negociar esses direitos e conquistas históricas dos professores. A intenção do governo do PT é rasgar o Estatuto do Magistério Superior.
 
Durante a reunião de ontem, ao mesmo tempo em que os representantes de Rui Costa acenavam com suplementação orçamentária para alteração do quadro de vagas, eram novamente evasivos quanto ao número de vagas que poderiam ser alteradas. Tentaram transferir ao MD essa responsabilidade técnica que pertence ao próprio governo e ao Fórum dos Reitores. O que cabe aos professores neste processo é analisar a proposta trazida pelo governo e observar se a mesma contempla de maneira igual toda a categoria. 
 
Segundo os professores do Fórum das ADs, novamente o governo faz descaso com o MD e desrespeita a educação pública superior. Enquanto docentes mostram boa vontade na negociação e aceitem discutir, inclusive, a alteração do quadro de vagas invés da proposta inicial da ampliação dessas vagas, o governo demonstra desinteresse na negociação. Não apresenta alternativas viáveis para a solução do problema e o fim da greve. 
 
Lei 7176/97
 
Conforme acordado anteriormente, na reunião de ontem os docentes entregaram ao governo a contraproposta de minuta substitutiva da Lei 7176/97. Na sugestão de norma constam os acréscimos feitos pelo Fórum das ADs. Agora o governo fará a análise do material e novamente retornará aos professores. Ainda ontem (16), no período da tarde, a assessoria jurídica da Secretaria Estadual da Administração teria uma reunião agendada com a Procuradoria Geral do Estado para tratar sobre o tema.
 
Endurecer ainda mais a greve
 
Reunidos nos dias 15 e 16.06, diante do atual cenário, os docentes do Fórum das ADs orientam a categoria para o aumento das mobilizações. Novas ações e estratégias são planejadas para endurecer ainda mais nas reivindicações de greve. A deflagração do Movimento Paredista e a permanência da radicalização há mais de um mês são culpas, exclusivas, do governador Rui Costa e do secretário da educação, Osvaldo Barreto. Professores e estudantes, apoiados pelos técnico-administrativos, lutam pela defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade ao povo baiano.
 
Nova reunião
 
Após as veementes críticas dos docentes diante da falta de comprometimento do governo, o MD arrancou uma nova reunião com os representantes de Rui Costa para amanhã, quinta-feira (18), às 15h, na Secretaria da Educação. A expectativa dos professores é que nessa ocasião os gestores tragam respostas concretas à pauta de reivindicações. 
 
#ABahiaQuerResposta