A ADUNEB promoveu nesta terça-feira (28), debate público sobre propostas que pensam o reordenamento dos departamentos da Uneb. O objetivo foi socializar as discussões que, até então, aconteciam nas listas de e-mails da universidade e que já está na pauta no Conselho Universitário (Consu). A atividade, entre outras questões, apontou para a necessidade de ampliar o debate, principalmente, sobre a instalação da Estatuinte na Uneb. A discussão aconteceu no auditório do sindicato, localizado no campus I, e também teve a transmissão disponibilizada por videoconferência para todos os campi. Os debatedores foram os professores Milton Pinheiro (ADUNEB), Osmar Moreira (DEDC II/Alagoinhas) e, representando a reitoria, Wilson Roberto de Mattos (DCH/Sto. Antonio de Jesus).
Responsável por iniciar o debate sobre o possível reordenamento dos departamentos da Uneb, o professor Osmar Moreira defendeu suas duas propostas. A primeira sugere a reorganização por áreas de interesse, onde cada curso teria seu departamento específico, e todos estariam organizados em oito grandes áreas do conhecimento. Já a segunda, pensa no reordenamento a partir dos programas stricto sensu e instituindo comissões de avaliação. Pautando o reordenamento por um viés mais institucional, as duas propostas buscam a racionalidade dentro do sistema, visto o atual conflito entre os 119 cursos existentes e suas alocações em áreas de interesses. Para além das propostas citadas, o professor defende ainda que, conjuntamente, deveriam acontecer a implantação da Estatuinte e o aprimoramento do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).
Preocupado com a questão institucional, mas também política, a reflexão do diretor da ADUNEB e do ANDES-SN, Milton Pinheiro, fez a defesa de que qualquer alteração estrutural da Uneb seja realizada a partir da instalação da Estatuinte. Para o representante dos docentes é necessário repensar o estatuto da Uneb de maneira democrática. Pinheiro defende a construção de uma universidade mais democrática e transparente. “Historicamente a Uneb sofre impacto do papel dos grupos políticos que comandam o Estado. As gestões e os cursos são criados por demandas políticas”. Sobre o reordenamento por meio do PDI, a ADUNEB faz a crítica, devido esse Plano não possuir um comprometimento mais amplo com a vida acadêmica. “O PDI, em geral, é utilizado como recurso de normatização da lei interna, encomendada pelo reitor para resolver problemas e facilitar a administração”, afirma Milton Pinheiro.
Embora a reitoria tenha encaminhado a discussão sobre o reordenamento ao Consu, segundo o assessor da reitoria, prof. Wilson Mattos, a administração central não tem posição fechada sobre a questão e nem discussão referente à Estatuinte. Sobre a criação de um novo estatuto, Mattos afirma que a reitoria está “aberta ao diálogo”, mas pede prudência e uma ampla discussão com a comunidade acadêmica. Quanto ao reordenamento, ele frisa sua opinião particular, e defende o PDI como instrumento fundamental. Afirma que o Plano de Desenvolvimento Institucional da gestão atual, ainda em discussão, no momento adequado será debatido com a comunidade. Citando projetos da atual gestão, ainda segundo Mattos, a reitoria desenvolve ações que buscam a reorganização da vida universitária.
Segundo a diretoria da ADUNEB, como nenhuma das partes se opõem à discussão da Estatuinte, após esse primeiro debate, a intenção do sindicato é levar as reflexões aos campi do interior. É necessário ampliar as discussões e fomentar a instalação da Estatuinte na universidade, algo já desenvolvido tanto na Uefs quanto na Uesb.