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Encontros das Ueba mostra MD disposto à luta

 O XII Encontro dos Docentes das Universidades Estaduais da Bahia foi considerado um sucesso pelos participantes. Mostrou novamente a disposição do Movimento Docente (MD) das estaduais baianas à luta em defesa da categoria e contra os ataques do governo estadual à educação pública superior. Realizado de 4 a 6 de setembro, na Uefs, em Feira de Santana, a atividade contou com a participação de dezenas de professores e teve quatro eixos centrais de discussão: conjuntura, carreira docente, financiamento e saúde do trabalhador.

Na conferência de abertura, proferida pelo professor da UFRJ, Mauro Iasi, a sociólogo abordou a conjuntura política do país e os desafios do movimento docente. O professor iniciou a atividade com um resgate da história política e social do Brasil, desde o período de transição da ditadura burgo-militar até os dias atuais. Para Iasi, doutor em sociologia pela USP, apesar das lutas da jornada de junho de 2013 e das conquistas da classe trabalhadora em inúmeras greves, a exemplo dos garis do Rio de Janeiro, a conjuntura mostra um cenário pouco positivo, tanto na política quanto na educação. Um período que será necessário ainda mais luta por parte da frente realmente de esquerda do país no enfrentamento aos governistas, que aliados da burguesia impõem a democracia de cooptação para apassivar parcela da classe trabalhadora. 
 
Iasi - pacto social de Lula implantou a democracia de cooptação da classe trabalhadora
 
Trabalho e união
 
Segundo a diretoria da ADUNEB, os três dias de trabalho intenso dos professores, em grupos de discussões e plenárias, reforçou a unidade de luta das Associações Docentes das Ueba e debateu os próximos passos e bandeiras para a continuidade da luta.
 
A plenária de conjuntura reforçou a reivindicação das Ueba na luta contra a privatização e mercantilização da educação; contra a criminalização dos movimentos sociais; pela liberdade de organização e manifestação; pelo fortalecimento do Andes-SN e da CSP-Conlutas; além de apoiar a luta por uma política de inclusão, de permanência e assistência estudantil.
 
Nas discussões sobre financiamento o MD indicou a intensificação da luta pela destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) às Ueba, com revisão a cada dois anos, e valor nunca menor que o do ano anterior. Entre outras bandeiras de luta discutidas, os docentes sugeriram ainda realizar uma campanha massiva para denunciar, permanentemente, os cortes orçamentários do governo; e a implantação do Orçamento Participativo nas Ueba.
 
Professores discutem na plenária sobre financiamento
 
Na plenária sobre carreira docente um dos pontos exaustivamente discutido foi o estudo de alterações no Estatuto do Magistério Superior das Ueba. Mas apenas nos pontos que remetam a ganhos à categoria docente, sem permitir perdas de conquistas já adquiridas historicamente. Também foram reforçadas as lutas pelo aumento do auxílio-alimentação; da aposentadoria integral e paritária ao vencimento dos ativos; o aprofundamento do debate nas Ueba sobre a concepção da carreira docente junto aos professores; entre outras.
 
Já nas discussões acerca do tema Saúde do Trabalhador também foram indicadas lutas em várias frentes, tais como a batalha pela implantação e garantia dos serviços de saúde nas Ueba, assegurando assistência e vigilância em saúde do trabalhador; e a denúncia da intensificação do trabalho docente como fruto da exploração e da ditadura do produtivismo. Sobre as questões de gênero, etnia e diversidade sexual, algumas das Indicações do MD foram: discutir nas Ueba formas de implantação e melhoria das políticas públicas referentes às populações indígenas, quilombolas, ciganas, portadores de doenças crônicas, idosos entre outros; apoiar a criação e fortalecimento de GTs Etnia, Gênero e Diversidade Sexual nas ADs; e criar o Observatório de Opressões de Gênero, Sexual e Étnico-Racial nas Universidades Estaduais da Bahia.
 
Parte dos professores do MD das Ueba após plenária final