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Comunidade acadêmica protesta contra crise financeira das Ueba



 A Uneb e as demais Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) fizeram paralisação com portões fechados, em 11.12, quarta-feira. O protesto foi o terceiro deste trimestre e denunciou a crise financeira e o desrespeito do governo Jaques Wagner com a Educação Pública Superior da Bahia (leia mais). Além da paralisação, professores, técnico-administrativos e estudantes participaram de aula e audiência pública na Assembleia Legislativa (Alba).

A aula pública, com o tema “Crise da universidade: expansão, precarização e intensificação do trabalho”, foi ministrada pelo professor da ADUNEB e diretor do ANDES-SN, Milton Pinheiro. Após repercutir sobre o caótico cenário de sucateamento em que se encontram as Ueba, Pinheiro criticou o governo estadual, que vira as costas à educação, ao trabalhador, se alia a grandes companhias capitalistas com isenções fiscais e “apoia as empresas que se instalam no estado para sangrar os trabalhadores baianos”, afirmou o diretor do ANDES-SN. 
 
Aula pública, em frente à Alba, abordou a crise financeira das Ueba
 
Reitores criticam governo
 
Na audiência pública, dentre todas as falas que reprovaram a politica educacional do governo Wagner, o destaque ficou para as duras e incisivas criticas feitas pelo Fórum dos Reitores. Representando o posicionamento dos reitores de Uneb, Uefs, Uesb e Uesc, o vice-reitor da Uesb, José Luiz Rech, afirmou que 79% das verbas das Ueba são destinadas a custeio e pessoal, o que demonstra a ausência de investimentos por parte do estado. “Com a falta de estrutura das Ueba, perdem a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e, principalmente, os municípios baianos”, ressaltou o representante do Fórum dos Reitores. Ainda mais incisivo, José Rech disparou: “Estamos carentes e sozinhos. Servimos ao governo apenas para propagandas. Se continuar assim, com certeza, teremos paralisações no próximo ano”. Finalizando o desabafo, o vice-reitor comparou a crise das universidades à atenção destinada â Copa do Mundo: “Se nomearmos as Ueba de Arena Fonte Nova, talvez tenhamos mais recursos”.
 
Audiência pública - reivindicação de 7% da RLI
 
Para a diretoria da ADUNEB, o posicionamento do Fórum dos Reitores evidencia que, até mesmo quem geralmente se posicionava ao lado do governo, não aguenta mais o estrangulamento orçamentário e a precarização. A participação de todos os segmentos da comunidade acadêmica na paralisação de quarta-feira demonstra que a insatisfação é geral, latente e insustentável. No início do próximo ano a luta será maior e mais intensa. Se o governo continuar insensível à crise financeira das Ueba, a Copa do Mundo e as eleições estaduais para governador, certamente, terão como companhia, nas manchetes dos jornais, a greve das Universidades Estaduais Baianas.