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Reajuste de 2,5% é afronta ao funcionalismo e traição à classe trabalhadora



 

Ao som da palavra de ordem “Jaques Wagner é traidor” dezenas de trabalhadores e representantes de sindicatos e seções-sindicais, entre elas a ADUNEB, fizeram um Ato Público e ocuparam nesta terça-feira, 30.04, por uma tarde, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para protestar. Em todas as vozes era aparente a indignação contra o Projeto de Lei (PL) que propõe reajuste linear ao funcionalismo público estadual de ínfimos 2,5%. Graças a forte pressão dos trabalhadores, o governo recuou e retirou o PL da pauta, que entraria para votação em urgência-urgentíssima.  

O Ato Público na Alba para reivindicar o reajuste de 5,84%, que apenas repõe as perdas inflacionárias de 2012, já estava marcado desde a semana passada. Na noite de segunda-feira, 29.04, a atividade ganhou força com a divulgação, após quatro meses de atraso, de que o índice proposto pelo PL seria de apenas 2,5%, ou seja, um valor que não cobre nem a metade da inflação do ano passado.

Profa. Maria do Socorro faz discurso representando a CSP-Conlutas BA e ADUNEB

Após uma reunião entre os representantes dos sindicatos, tendo a participação do Fórum das ADs e da CSP-Conlutas-BA, com o líder do governo, deputado Zé Neto (PT), foi agendada para esta quarta-feira, 30.04, às 9h30, na Governadoria, uma reunião das lideranças sindicais com o governador Jaques Wagner. Durante a atividade, o Fórum das ADs, composto por professores das quatro Universidades Estaduais da Bahia (Uneb, Uefs, Uesb e Uesc), refutará os 2,5% e exigirá o reajuste de 5,84%, com retroatividade a janeiro.

Indignação

O que o governo pretendia divulgar como um “presente” ao trabalhador, visando o dia 1º de maio, causou a indignação e união de todas as categorias presentes na Alba. Tentar impor ao funcionalismo estadual, que compreende cerca de 200 mil trabalhadores, um reajuste bem abaixo da expectativa, com quatro meses de atraso, de maneira obscura e sem discussão prévia, é uma demonstração do distanciamento e desrespeito do executivo com a classe trabalhadora. 

Os atos de Jaques Wagner, de arrocho aos salários e direitos trabalhistas, são contraditórios com as propagandas veiculadas na mídia, que demostram um estado pujante. O discurso governista da falta de recursos nos cofres do estado é hipócrita e vazio, pois, além do maior PIB da região Nordeste, no primeiro quadrimestre deste ano, a arrecadação do governo com o ICMS cresceu cerca de 10%. Além disso, nos meses de janeiro e fevereiro, os percentuais de repasse do Fundo de Participação dos Estados também tiveram um crescimento de 10%.