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II Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta reforça bandeiras de classe

foto: Kit Gaion

O II Encontro do Movimento Mulheres em Lutas começou por volta das 10h da manhã desta quinta-feira. O auditório do Sindicato dos Petroleiros de Santos foi pequeno para a presença de centenas de ativistas vindos de várias regiões do país. Os mais de 900 lugares do auditório estavam totalmente ocupados pelas ativistas. Muitos estavam sentadas no chão.

Na abertura dos trabalhos, várias delegações fizeram uma saudação inicial ao Encontro. Claudia Durans, pré-candidata a vice-presidente pelo PSTU, falou em nome do partido. Muito aplaudida, Claudia falou sobre o novo momento da crise mundial, e de como as mulheres trabalhadoras serão as principais vítimas da sanha dos capitalistas. “Serão as mulheres trabalhadoras que vão pagar a conta dessa crise” disse. A pré-candidata foi bastante aplaudida quando saudou a lutas das mulheres do Haiti.

Em seguida, foi aberta a mesa de conjuntura. Vera, do Movimento Mulheres em Luta do Sergipe, fez uma longa explicação sobre a crise economica e de como os governos e capitalistas irão cobrar a fatura dos setores mais explorados da classe trabalhadora. Ela ressaltou que as mulheres são destinadas aos trabalhos mais precários e mal remunerados.

Em seguida, Ana Rosa Minutti, lembrou de casos recentes de machismo. Citou como exemplo a mercantilização do corpo da mulher para se vender cerveja, e a estúpida declaração do jogador da seleção, Felipe Melo. No início da semana, o jogador disse que a bola da Copa é como uma “patricinha”, que não gosta de apanhar. Estes exemplos são uma clara demonstração de como o machismo está avançando sobre a sociedade.

Ana Rosa também destacou a importancia do Encontro fortalecer a luta pelo direito a maternidade e pela ampliação de creches para as mulheres trabalhadores. Por fim, defendeu a luta pela legalização do aborto.“Quem são as mulheres que morrem com o aborto ilegal? São as tarbalhadoras e não as mulheres da burguesia. O aborto já é legal pra quem tem dinheiro”, completou.

Janaína Rodrigues terminou a apresentação lembrando a importância da criação da Conlutas como uma ferramenta de lutas contra a opressão. “Aqui estão as mulheres aguerridas que lutam contra a opressão. Não somos aquelas que acham que o nosso lugar é no fogão ou cama. Vamos lutar nas ruas contra o machismo. Queremos reafirmar o movimento como de oposição de esquerda ao governo. Um movimento classista”, disse Janaína.

Ao longo da tarde foram realizados grupos de discussão sobre as propostas apresentadas ao Encontro. A plenária de encerramento, ao final da tarde, com todas as mulheres saindo mais fortalecidas para levar suas lutas no cotidiano.

(Com informações de Jeferson Choma, direto de Santos - SP)