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Coordenador da Conlutas avalia processo de reunificação da classe trabalhadora


Por Aline Pereira
ADUR-RJ

Uma das principais discussões do 29° Congresso do ANDES-SN é a possibilidade de unificação da Coordenação Nacional de Lutas - Conlutas, da Intersindical e de outros movimentos sociais e populares organizados, como tentativa de fortalecer a luta em defesa de melhores condições de trabalho e de uma sociedade mais justa e igualitária. O Sindicato Nacional é filiado a Conlutas desde 2007 e deve decidir, neste Congresso, se apoiará ou não a união destas organizações.

Em entrevista ao InformANDES, José Maria de Almeida, coordenador da Conlutas, lembrou a importância do Sindicato Nacional para a construção da Coordenação e disse estar muito otimista quanto às deliberações da base do ANDES-SN sobre o assunto, que também será abordado, dia 30/1, no Fórum Social Mundial, em Salvador. "A construção da Conlutas é fruto do esforço de entidades sindicais como uma alternativa que realmente representasse e defendesse os interesses dos trabalhadores, já que a CUT, ao se aliar ao governo, não mais atende às expectativas da categoria. Agora, precisamos somar forças para construir uma mobilização nacional com representatividade suficiente para inverter o quadro político que temos no país. Isso demanda unir o conjunto da classe trabalhadora em uma luta comum. Sabemos do desafio que é construir uma organização dessa natureza e dessa dimensão", diz.

De acordo com José Maria de Almeida, a Conlutas, desde sua criação em 2004, sempre trabalhou com a perspectiva de unificação com outras organizações e movimentos que se reconhecem como socialistas. "Depois de muitos debates e vários encontros realizados no país, sobretudo após o seminário realizado em novembro de 2009, em São Paulo, surgiu a proposta de organização de um congresso para deliberar sobre o assunto", afirma. O Congresso, previsto para julho de 2010, é convocado por seis entidades: Conlutas, Intersindical, Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo, Movimento Terra e Libertação - MTL, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST e do Movimento Avançando Sindical - MAS, este último com presença importante em Santa Catarina.

"Já obtivemos uma vitória muito grande com a realização do Congresso e queremos essa organização que surja seja controlada pela base e não pela sua direção. Achamos que é importante ter uma mobilização social que conte com todos aqueles que são explorados e oprimidos nesta sociedade – o que também inclui a classe trabalhadora do mercado informal, os negros, as mulheres, os homossexuais, os estudantes e todos aqueles que se dispõem a lutar sob a bandeira do socialismo. Este é um debate que tem que prosseguir e que não se esgotará no Congresso do ANDES-SN".