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Em reunião com secretário de educação, movimento docente exige espaço de negociação com o governo




Secretário afirma que o governo não tem dinheiro

Apesar de afirmar que aquela reunião não era o espaço do governo para negociação salarial, o secretário Osvaldo Barreto antecipou que o Estado está sem dinheiro e que o reajuste linear de 4%, dado a todos os servidores, foi o possível.
No entanto, as propagandas do governo não condizem com esses argumentos. “Recebemos com estranheza a fala do secretário, uma vez que, todos os materiais do governo, revistas, Diário Oficial e jornais afirmam que a Bahia já saiu da crise e cresce economicamente desde agosto de 2009”, argumenta Alexandre Galvão, coordenador do Fórum das ADs e presidente da ADUSB.

Na ocasião, o movimento docente reivindicou um espaço de negociação salarial com o governo, uma vez que, não reconhecia os 4% de reajuste como uma melhoria salarial já que sequer repõe a inflação do ano. O secretário Osvaldo Barreto se comprometeu a, num prazo de 10 dias, conversar com o secretário de administração e marcar uma reunião envolvendo a SAEB, o Movimento Docente e a SEC para negociação salarial.

Sobre o atraso das QCMs e a continuidade do bloqueio ao direito de progressão e promoção de carreira, o secretário voltou a argumentar a falta de verbas que teria atingido todas as secretarias. “Todo mundo teve problemas de QCMs, não foi só o Ensino Superior. A Educação Básica também. Não seriam as universidades que teriam o privilégio de não ter os QCMs atrasados. O bloqueio da progressão e promoção está relacionado com a reedição do decreto de contingenciamento.” (veja matéria abaixo), afirma Osvaldo Barreto.

O secretário ainda colocou, na ocasião, que o Ensino Superior estaria espremendo o orçamento da Educação Básica. “A fonte que financia as UEBA é a mesma da Educação Básica, sendo que esta representa um universo maior de pessoas e não podemos tirar da Educação Básica para favorecer as universidades”, afirma.

Para Maria do Socorro, diretora da ADUNEB, essa dicotomia entre a Educação Básica e Superior apresentada, de modo recorrente, pelo secretário, não condiz com o propósito do movimento docente. “Não queremos privilégio. Queremos que a Educação Básica e os salários dos seus profissionais sejam valorizados, assim como queremos que os nossos também sejam. Defendemos a educação pública, o ensino de qualidade na Bahia e em todo o país, nas universidades e na Educação Básica, sem divisões. O que estamos reivindicando aqui não são privilégios, mas sim nossos direitos”, afirma Socorro.

Cristiano Ferraz, diretor do ANDES-SN, reafirmou ainda o papel social que as universidades estaduais baianas cumprem no Estado e sinalizou a disposição da categoria em lutar em defesa de melhores salários e da educação pública.