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Em solenidade de boas-vindas em Alagoinhas, ADUNEB alerta para a possibilidade de greve nas Ueba



 Na segunda-feira (07) a ADUNEB participou da solenidade de boas-vindas à comunidade acadêmica do Campus de Alagoinhas. O sindicato foi representado pelo diretor Vamberto Ferreira. Com o auditório da pós-graduação repleto, sobretudo, de estudantes calouros, o professor Ferreira traçou um panorama da atual crise das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) e da proximidade de uma greve por tempo indeterminado. A mesa de abertura contou ainda com a participação do reitor, José Bites, o secretário da Educação do município, Fabrício de Faro, representantes dos departamentos do Campus II e do grupo gestor da universidade.

Para o diretor da ADUNEB, apesar do evento ser de boas-vindas à comunidade acadêmica, a crise das Ueba obriga o Movimento Docente (MD) a alertar a todos sobre a gravidade da questão. Um dos principais problemas é a intransigência do governo Rui Costa que, até o momento, se nega a negociar com os professores. A pauta de reivindicações foi protocolada, em 18 de dezembro do ano passado, na Governadoria e nas secretarias da Educação e da Administração. Para denunciar a questão, nesta quinta-feira (10), acontece o Dia Estadual de Mobilização em Defesa das Ueba (leia mais). 
 
Durante a fala no evento de Alagoinhas, após saudar os presentes, o diretor da ADUNEB fez um breve histórico das atuais lutas do MD pelos interesses da categoria docente e da educação pública superior. Ferreira mostrou que, apesar das conquistas das promoções e progressões arrancadas do governo, em meados de julho, apenas na Uneb, ainda existem 299 professores na fila de espera por promoções e alterações de regime de trabalho (lista atualizada em 07 de agosto). O representante do sindicato falou ainda da participação ativa da ADUNEB nas discussões sobre as instalações do orçamento participativo (leia mais) e da Estatuinte (leia mais) na universidade.
 
Indicativo de greve
 
Diante dos problemas e da falta de negociação com o governo, as assembleias docentes da Uesc e Uesb, no mês de julho, já aprovaram o indicativo de greve da categoria, que é o primeiro passo rumo à greve por tempo indeterminado. Os professores da Uneb deverão discutir a mesma pauta em assembleia, que deverá ocorrer na próxima semana. Em breve o edital será amplamente divulgado.
 
Passividade do reitor
 
Ainda sobre a solenidade no Campus de Alagoinhas, novamente a ADUNEB ressalta, de maneira crítica, a postura subserviente da reitoria perante o desrespeito e descaso do governo Rui Costa. Durante a fala do reitor, em nenhum momento José Bites fez referência ou se posicionou a favor dos 299 professores na fila de espera por promoções e alterações de regime de trabalho, que são direitos trabalhistas dos docentes. 
 
O sindicato relembra que, sobre a garantia dos direitos trabalhistas, o gestor Bites tem demonstrado enorme passividade. Apesar do Movimento Docente, depois de muita luta, ter conseguido arrancar do governo promoções e progressões, em julho, a Secretaria de Administração informou que o pagamento da retroatividade será apenas a partir de maio deste ano. Vários professores aguardavam a implantação dos direitos, desde o final de 2015. Diante do problema o reitor da Uneb não fez nenhum posicionamento contra o governo e a favor dos professores, apenas aceitou a imposição dos representantes de Rui Costa. Em defesa da categoria a ADUNEB entrará na justiça para obrigar o Estado a pagar o que deve. O sindicato relembra ainda que reitor é eleito pela comunidade acadêmica. O mínimo que se espera é que gestor, escolhido pelas urnas da Uneb, tenha atitudes em defesa de sua comunidade acadêmica: professores, servidores técnicos e estudantes.