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10 de agosto – Dia Estadual de Mobilização em defesa das Ueba



 Na quinta-feira da próxima semana, 10 de agosto, acontecerá o Dia Estadual de Mobilização em defesa das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). A ação é uma indicação do Fórum das ADs, que ocorrerá em todo o Estado, sob a organização das associações docentes ADUNEB, ADUFS, ADUSC e ADUSB. Neste dia, apesar das atividades acadêmicas acontecerem normalmente, serão realizadas panfletagens, visitas às salas de aula, rodas de conversa, atividades com carro de som, entre outras ações. No Campus I, em Salvador, as atividades terão início, no período da manhã, no portal da universidade.

De acordo com a diretoria da ADUNEB, a atividade faz parte de uma agenda maior, de protestos e mobilizações, que tem intensificado o tensionamento com o governo Rui Costa. A medida acontece diante da falta de comprometimento dos representantes do governador com a pauta de reivindicações 2017, da categoria docente. Protocolada na Governadoria, secretarias da Educação (SEC) e Administração (Saeb), desde de 19 de dezembro do ano passado, apenas um dos itens da pauta foi parcialmente atendido. 
 
Indicativo de greve
 
Indignada com a falta de respostas do governo e diante da crise instalada nas Ueba, os docentes da Uesc e Uesb aprovaram em meados de julho o indicativo de greve da categoria, o que significa o primeiro passo rumo à greve por tempo indeterminado. O aumento da radicalização e a construção de um possível movimento paredista também são indicações do Fórum das ADs. Neste mês de agosto, na segunda semana de aula, a assembleia docente da ADUNEB também discutirá o indicativo de greve. A expectativa é que em setembro os professores da Uefs também discutam o assunto em assembleia.
 
Motivos para a greve
 
Após muita pressão e várias paralisações, a ADUNEB e as demais associações docentes conseguiram arrancar do governo centenas de progressões e promoções, que estavam travadas desde 2015. Mesmo assim, apenas na Uneb, ainda ficaram de fora 203 docentes com direito à promoção e 106 alterações de regime de trabalho. Na prática, 309 professores ainda possuem seus direitos trabalhistas negados, o que significa menos recursos nos orçamentos familiares e prejuízos financeiros.
 
Para piorar a questão, há dois anos o governo Rui Costa nega o pagamento da reposição inflacionária do funcionalismo público a quase 300 mil servidores estaduais. A ausência do reajuste faz com que os salários estejam corroídos pela inflação em aproximadamente 20%. Diante do cenário exposto, neste ano, por meio de uma política de recomposição salarial, o Fórum das ADs reivindica 30,5% de reajuste nos salários. 
 
O aumento do repasse orçamentário das Ueba, de 5% para 7% da Receita Líquida de Impostos (R.L.I.), é outra bandeira de luta do Movimento Docente que foi reafirmada em 2017. O déficit orçamentário, ano após ano, faz com que as demandas em custeio e investimento não sejam supridas, praticando assim o desmonte das universidades. Na Uneb, dos 24 campi em todo o estado, apenas o campus de Salvador possui ambulatório médico. Nenhum campus possui restaurante universitário. Laboratórios e salas de aula deixam de ser utilizadas por falta de infraestrutura mínima.