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Frente Baiana Escola sem Mordaça é lançada em Salvador



 Mais um importante espaço de resistência contra a ofensiva conservadora foi lançado na segunda-feira (10), em Salvador. É a Frente Baiana Escola sem Mordaça. A ação é o resultado da união de aproximadamente 30 organizações de esquerda, entre elas a ADUNEB, o Fórum das ADs, a Regional Nordeste III do ANDES-SN, a CSP-Conlutas – BA e o Sinasefe estadual. A atividade de lançamento foi considerada o início de um marco histórico na luta de classes na Bahia e ocorreu no Campus I da Uneb.

De acordo com os organizadores da Frente, entre os objetivos do espaço recém-criado estão o estímulo ao debate crítico e a resistência organizada da sociedade (sindicatos, organizações, movimentos sociais, populares, estudantis e demais ativistas) contra os projetos de lei apresentados nos âmbitos municipal e estadual, que pretendam aprovar a Escola da Mordaça (Movimento Escola sem Partido), tendo em vista a defesa da livre expressão do pensamento e do debate crítico nas escolas.
 
Após a abertura em que várias representações fizeram falas de saudação e apoio ao novo espaço de resistência, uma mesa de debate foi formada pela diretora nacional do ANDES-SN, Olgaíses Maues, e a vereadora Marta Rodrigues (PT), autora do projeto Escola Livre. A mediação foi do vereador Hilton Coelho (PSOL).
 
Vereadores Marta Rodrigues, Hilton Coelho e a diretora do ANDES-SN, Olgaíses Maues
 
Primeiro a falar, Hilton Coelho caracterizou a atual luta de classes como uma verdadeira guerra de classes, o que reflete na importância da criação da Frente Baiana Escola sem Mordaça. Para Coelho, a agressividade com que a direita se comporta na tentativa de avançar com sua ideologia, faz com que seus pensamentos e forma de atuação se tornem mais transparentes à sociedade. É preciso aproveitar essa oportunidade fazer a denúncia e combatê-los.  
 
A diretora do ANDES-SN, Olgaíses Maues, alertou que a ofensiva conservadora tem profunda ligação com a crise do capital, intensificada a partir de 2008. Olgaíses ressaltou que as atuais organizações de direita são ramificações de grupos corporativos multinacionais. Diante da crise, o interesse é recompor o capital, reestabelecer as taxas de lucro que interessam aos grupos internacionais, por isso o conjunto de reformas que ataca a classe trabalhadora e diminui o Estado. A diretora do ANDES-SN afirmou ainda que o movimento que tenta amordaçar escolas e professores tem o objetivo de apassivar a população. “Tentam barrar as forças de resistência por meio do sistema educacional e, assim, conseguirem a aprovação das reformas reacionárias”, explicou. 
 
Vereadora em Salvador, Marta Rodrigues, trouxe como exemplos da ofensiva conservadora os duros embates ocorridos na câmara, em que a bancada de oposição a qual ela e Hilton Coelho fazem parte, tenta contrapor as ações reacionárias dos vereadores da base governista do prefeito ACM Neto. Marta ainda reconheceu a importância da criação da Frente e falou da necessidade de ações concretas contra os conservadores. Elogiou as fortes paralisações nacionais do mês de março e chamou a todas/os para a construção e participação maciça na Greve Geral, em 28 abril, organizada em unidade de luta pelas centrais sindicais. A CSP-Conlutas participa ativamente da organização deste dia 28 (veja aqui o material unificado da campanha).
 
A primeira reunião da Frente Baiana Escola sem Mordaça já está agendada para o dia 10 de maio, às 14h, no auditório 1, da Faculdade de Educação da Ufba, no Vale do Canela, em Salvador.