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Insegurança na Une – Sindicato recebe denúncias de tentativa de estupro, aliciamento e assédio moral



 Movimento Docente acompanha os casos, cobra investigação e mais segurança por parte da Reitoria

Uma estudante do Campus da Uneb de Juazeiro sofreu uma tentativa de estupro dentro da instituição, na noite do dia 2 de junho. De acordo com a denúncia feita pela jovem ao site G1 (leia aqui), o episódio aconteceu no caminho entre um departamento e outro. A estudante, que não quis se identificar, foi abordada por um o homem que a agarrou e tentou arrastá-la para o matagal. Aos gritos de socorro a moça conseguiu ser ouvida por um moto-taxista que passava pelo local e ajudou a vítima. O criminoso fugiu em seguida. 

Essa não foi a primeira tentativa de estupro no Campus de Juazeiro. Informações do site Internet News (leia aqui) afirmam que em 29 de julho de 2009, outra estudante sofreu a mesma agressão nas dependências da instituição. A denúncia também alertava sobre a insegurança da Casa do Estudante, que já havia sido assaltada duas vezes. 

A diretoria da ADUNEB salienta que, além do problema ocorrido em Juazeiro, o sindicato recebeu a denúncia de outros casos de assédio moral a professoras/es e aliciamento a estudantes acontecidos em outros campi da Uneb. A ADUNEB está em contato com a Reitoria e cobra uma solução rápida às questões mencionadas.

O Movimento Docente manifesta preocupação com os fatos ocorridos e ressalta a falta de segurança na universidade. Segundo a diretoria do sindicato, o machismo reproduzido na sociedade é um dos responsáveis pelo índice alarmante de casos de violência doméstica, assédio sexual em locais públicos, de estupros coletivos, dos altos índices de feminicídio etc. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, no primeiro trimestre de 2016, a Bahia registrou 576 casos de estupro. Os dados evidenciam uma cultura do estupro no Brasil.

Diante do problema e da insegurança, os muros da Uneb não têm conseguido barrar a onda de aliciamento, violência, abusos sexuais e estupros. Para a diretoria da ADUNEB, a universidade precisa se configurar como um importante espaço de discussão sobre questões relacionadas a gênero, estupros e assédios morais e sexuais nas instituições de ensino. Mas, antes de tudo, é necessário que as diretorias dos campi e a Reitoria se responsabilizem pela garantia da segurança das mulheres, assim como de toda a comunidade acadêmica, bem como no auxílio e rapidez nas investigações e punições dos responsáveis. A universidade precisa pensar sobre a criação de Centros de Referência da Mulher nos campi, observatórios de denúncias de assédios na universidade, segurança universitária treinada e com efetivo de mulheres e outras medidas simples, como maior iluminação, mais transporte noturno e poda das árvores e dos terrenos vazios. 

Chega de machismo, de violência! 

Não a cultura do estupro dentro e fora da universidade!