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Fórum de Reitores: garoto de recados do governo Rui Costa



 O Fórum dos Reitores das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), em 11.05, reforçou diante de toda a comunidade acadêmica o quanto é subserviente ao governo Rui Costa. Os quatro Reitores/a, após serem chamados a reunião com o Secretário da Administração do Estado da Bahia (Saeb), Edelvino Góes Filho, prestaram o papel de serem garotos/a de recados do Palácio de Ondina. Essa é a análise da Diretoria da ADUNEB.

Logo após a reunião, sem perder tempo, sem formular críticas ao descaso do governo e nenhum tensionamento, como prestativos serviçais de Rui Costa e capatazes das Ueba, os quatro Reitores/a divulgaram uma nota (leia mais) informando que a Saeb, entre outros pontos, não autorizará alterações de carga horária no regime de trabalho, e as promoções e progressões ficarão sob a análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Para justificar a intensificação do desmonte das Ueba e da educação pública superior gratuita, a Saeb, mais uma vez, se escondeu atrás do discurso enganoso da falta de recursos no cofre público e do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas, contrapondo a esse discurso, o próprio secretário Góes, quando lhe convêm, divulga na mídia o quanto a conta pública é vigorosa. Em 2013, o superávit primário (saldo positivo entre despesas e receitas) da Bahia foi de R$ 300,8 milhões. Em 2014, o saldo foi três vezes maior, chegando a R$ 1,13 bilhão. Já em 2015, os dados da Secretaria da Fazenda mostram que o superávit orçamentário, apenas do segundo quadrimestre do ano, foi de quase 2 bilhões, ficando entre os melhores do país (leia mais). Para a diretoria da ADUNEB, o estrangulamento orçamentário das Ueba faz parte de uma política de estado, que busca o sucateamento das universidades estaduais e a precarização do trabalho docente. O objetivo é a valorização do ensino privado e a mercantilização da educação.
 
Diante da precária situação de déficit orçamentário, que no ano passado levou as Ueba a uma greve de 86 dias, as únicas ações dos Reitores/a é a blindagem do governo e a recusa em defender os reais interesses da comunidade acadêmica. Na tentativa de retirar o Fórum dos Reitores da profunda inércia em que se encontra, o Fórum das ADs, em 14 de março, provocou uma reunião com os administradores/a centrais. Na ocasião, o Movimento Docente cobrou que os Reitores/a se posicionassem publicamente, por meio de uma carta, sobre a crise financeira das Ueba e os cortes de direitos trabalhistas dos professores (leia mais). Após a reivindicação, os gestores/a se comprometeram em responder à solicitação do Fórum das ADs até 08 de abril, o que até o momento, quase 40 dias após o término do prazo, ainda não aconteceu.
 
Segundo documento produzido pela própria Administração Central da Uneb, atualmente, existem 89 docentes na fila da progressão, 51 a espera de promoção e 33 para alteração de regime de trabalho. Além disso, aproximadamente 50 processos de reimplantação de adicional de insalubridade, de professores e técnicos, cortados sem nenhum critério, em novembro do ano passado, ainda estão parados na Saeb à espera da análise da Junta Médica. Problemas orçamentários críticos também impactam Uefs, Uesb e Uesc. 
 
Nesta segunda-feira (16) o Fórum das ADs faz reunião em Salvador, na sede na Regional Nordeste III, do ANDES-SN. A crise das Ueba, a postura de omissão dos Reitores/a e o planejamento de novas ações em defesa da categoria estarão em pauta. Indignados e dispostos à luta, o MD fará tudo que for necessário em defesa da categoria e contra os desmandos do governador Rui Costa.