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Desrespeito do governo Rui Costa fará aumentar manifestações das Universidades Estaduais da Bahia



 Despreparo, irresponsabilidade, falta de vontade política, indisposição para negociar, desrespeito com a comunidade das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) e com os quase 270 mil servidores públicos do Estado. Essa foi a recepção do governo Rui Costa aos cerca de mil manifestantes que, nesta quinta-feira (07), ocuparam as ruas do Centro Administrativo da Bahia. Entre as principais reivindicações estavam o pagamento do reajuste linear do funcionalismo público, garantias de direitos trabalhistas aos professores (promoção e progressão) e servidores técnicos das universidades, política eficaz de permanência estudantil, ampliação do orçamento as Ueba e aumento salarial aos docentes (15,5 %). 

Diante do cenário de descaso com as Ueba apresentado, os professores organizarão uma intensa jornada de lutas. O objetivo será denunciar a política de desmonte da universidade pública e a recusa do governo em abrir a mesa de negociação. Desde 18 de dezembro a pauta de reivindicações 2016 já havia sido protocolada no governo. 
 
Incapacidade

De acordo com os professores do Fórum das Associações Docentes, se o governador Rui Costa se coloca como inimigo dos servidores públicos, seu subordinado, Paulo Pontes, representante da Secretaria da Educação (SEC/CODES), faz questão de tentar ser o carrasco das Ueba. Após as manifestações desta quinta-feira, sob pressão, foi com esse perfil que Pontes se portou na reunião arrancada por professores, técnicos e estudantes. 
 
Segundo relatos dos diretores da ADUNEB, durante a reunião ocorrida na SEC, Paulo Pontes demonstrou despreparo para a função que exerce. Diante do quadro caótico de falta de orçamento as Ueba, disse que não tinha nada a falar aos representantes da comunidade acadêmica. Declarou que só estava ali porque era obrigado a cumprir ordens de seus superiores. Informou ainda que a conversa não tinha caráter de negociação, pois exercia apenas uma função protocolar. Não satisfeito com tamanho descaso, enquanto docentes, estudantes e técnicos expunham as reivindicações das categorias, Pontes utilizava a mesa para fazer desenhos em um papel, sem prestar o devido respeito ao processo de negociação, nem com a representação da comunidade acadêmica (professores, técnicos e estudantes). 
 
Manifestantes na Governadoria
 
Ainda segundo a diretoria da ADUNEB, o despreparo de Pontes com as Ueba não é novidade. A falta de competência para estar à frente da Coordenação para o Desenvolvimento do Ensino Superior já era evidente na greve, de 86 dias das Ueba, no ano passado.
 
O desrespeito demonstrado pelo governo Rui Costa fez ampliar a indignação da comunidade acadêmica. Após a manifestação, o que se evidenciava nas falas era a multiplicação do desejo de luta em defesa das Ueba, patrimônio do povo baiano.
 
Diante da falta de qualificação do representante do governo e da gravidade do problema instalado, o Fórum das ADs entende que o Secretário da Educação deve assumir sua responsabilidade e negociar diretamente com os representantes das categorias. Um documento com a solicitação de mudança do interlocutor e uma nota de repúdio à postura do senhor Paulo Pontes serão protocoladas pelas Associações Docentes junto ao governo.
 
A falta de comprometimento do governo com as Ueba, de acordo com o Movimento Docente, será denunciada em todas as universidades, todos os departamentos, reuniões, em todas as regiões em que se localizam os campi das Ueba e nas comunidades vizinhas. Assim, no processo eleitoral deste ano, a população ficará sabendo que aqueles que são responsáveis pelo ensino público superior não honram o compromisso. Por culpa do governo do Estado, as Ueba estão estagnadas, paradas devido à irresponsabilidade do governador Rui Costa.
 
Unidade na luta

A reivindicação unificada e vários sindicatos de servidores públicos foi considerada um dos pontos positivos desta quinta-feira (07). No período da manhã, na luta pelo pagamento do reajuste linear da categoria, o Fórum das ADs somou forças com diversos sindicatos ligados à Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (Fetrab). O resultado foi a demonstração de muita força na pauta que lhes unifica.
 
Queima do boneco de Rui Costa na Governadoria
 
Graças à pressão exercida pelos sindicatos, representações das categorias foram recebidas pelo governo. Após ouvir intensas críticas dos servidores públicos, que não aceitarão a ameaça do reajuste zero proposto por Rui Costa, os representantes do governo informaram que qualquer espécie de negociação só acontecerá após o primeiro quadrimestre e a análise orçamentária.
 
Os sindicatos dos servidores públicos da Bahia refutam o discurso governista de falta de recursos nos cofres públicos. Segundo análise de especialistas em economia das Ueba, o governo falta com e verdade ao afirmar que não possui orçamento. Os dados mostram que a Bahia possui uma das economias mais equilibradas do país, inclusive, com sobra de caixa que permitem fazer superávits primário e nominal.  
 
Para decidir os próximos passos do movimento unificado, nesta segunda-feira (11), às 14h, na Associação dos Funcionários Públicos da Bahia (Afpeb), acontece mais uma plenária da categoria. A sede da Afpeb está localizada à Rua Carlos Gomes, 95, próximo ao largo Dois de Julho, em Salvador.