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NOTA UNIFICADA SINTEST / ADUNEB



 POSIÇÃO DA REITORIA SOBRE FECHAMENTO DOS PORTÕES

Devido ao fortalecimento da direita e ao crescimento dos setores conservadores da sociedade, os movimentos sociais encontram-se em uma conjuntura difícil. Evidências desse cenário aconteceram nos atos, promovidos pela direita no último dia 13 de março, em que foram vivenciadas inúmeras demonstrações de prestígio a políticos como, por exemplo, o deputado federal Jair Bolsonaro, amplamente reconhecido por sua atuação retrógrada e conservadora, no Congresso Nacional, ao que se refere a direitos humanos e trabalhistas. Sua popularidade sobrepôs, inclusive, a outros conhecidos políticos de centro-direita, como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, que foram vaiados e rejeitados na manifestação de São Paulo. 

O fortalecimento da extrema direita levou à propagação do preconceito de classe, sobretudo, da intensificação dos ataques aos trabalhadores, com acirradas disputas nas ruas e agressões aos militantes de esquerda. Para piorar a conjuntura política e a ofensiva conservadora, a Lei Antiterrorismo, sancionada pelo Governo Dilma, apontou para o processo de criminalização dos movimentos sociais e, entre eles, o movimento sindical. 

Nós, do Sintest e da Aduneb, somos contrários a qualquer ação de violência, seja no ataque direto às organizações da sociedade civil ou a qualquer outra forma, que venha ferir a democracia e os seus fóruns participativos e deliberativos. Nossa posição é de defesa incontestável da legalidade democrática, mesmo nos limites restritos dessa democracia liberal representativa, a qual ocorre no Brasil. 

Em meio à ofensiva conservadora, de retirada de direitos, o Sintest e a Aduneb recebem com muita preocupação as notas da Reitoria, Fórum de Diretores e das Pós-Graduações que, em nome de uma suposta democracia, propuseram o impedimento das categorias e suas entidades de se manifestarem, considerando que as greves e as paralisações são instrumentos históricos e legítimos das lutas das/os trabalhadoras/es. Registramos que o fechamento dos portões e as greves realizadas pelos sindicatos de servidores técnico-administrativos e docentes são consequências da irresponsabilidade do Governo do Estado, que vem retirando direitos e reduzindo o orçamento da Uneb. Para evitar o sangramento das/os trabalhadoras/es e da educação pública superior, das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), que viemos a público apresentar a nossa posição às notas e a tentativa da Reitoria e seus gestores em blindarem o governo estadual e interferirem na organização dos sindicatos desta Universidade.  

As diretorias do Sintest e da Aduneb se posicionam veementemente contrárias às notas publicadas pela Administração Central. Ressaltamos que as deliberações sobre fechamento de portões, como mais uma forma de luta, acontecem em assembleias gerais das categorias e são realizadas de maneira amplamente democráticas. Questionar essas decisões, que são legitimadas pelo conjunto das categorias, é desrespeitar as entidades representativas da comunidade acadêmica, que possuem uma história longínqua de luta em defesa da educação pública superior e das UEBA. Além disso, questionar as deliberações das assembleias é afastar a Reitoria dos princípios democráticos que, em tese, deveriam pautar a universidade. Por outro lado, as alegações divulgadas pelo Reitor no seu primeiro documento não procedem, uma vez que tanto o Sintest, quanto a Aduneb atuam com sensibilidade, por meio dos seus comitês de ética, em autorizar as atividades essenciais da universidade, o que pode ser provado com os vários documentos que esses legítimos órgãos de representação possuem em seu acervo.

Em defesa de nossas categorias não nos intimidaremos. Nenhum passo atrás!

Diretorias SINTEST / ADUNEB