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Seminário Nacional do MML avança na luta contra o machismo e o preconceito de gênero

 O Seminário Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML), realizado em São Paulo, nos dias 16 e 17 de agosto, contou com a participação de professoras e diretoras da ADUNEB. Entre os principais objetivos da atividade estavam o planejamento das próximas ações da Campanha Nacional Contra a Violência à Mulher e a construção do estatuto do Movimento.

O evento aconteceu no auditório do Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo) e recebeu a presença de delegações de vários estados do país.  
 
O primeiro dia foi aberto com a mesa “Nas greves e lutas combatendo o machismo, a violência e a exploração”. As debatedoras eram militantes ativas em atuais greves de repercussão nacional. Camila Lisboa, do movimento paredista do metrô da capital paulista, Bárbara Della Torre, da greve das universidades estaduais de São Paulo, e Sofia Costa, dos Rodoviários do Recife.
 
Integrante do Comando de Greve da USP, Bárbara Della Torre, ao se referir ao papel da mulher nas lutas e a paralisação do restaurante universitário, relatou que há 19 anos não ocorria uma greve no local, sendo que a maioria dos grevistas é do sexo feminino.
 
A segunda mesa, intitulada “Basta de Machismo e Violência: nossa luta está apenas começando”, teve a participação da advogada da CSP-Conlutas, Eliana Ferreira, e das representantes da Executiva Nacional do MML, Kátia Sales e Letícia Pinho. Dados oferecidos pela advogada da Central mostraram que 83,81% da violência contra a mulher é cometida por indivíduos que possuem relação afetiva com a vítima, e 10,59% por familiares. Das agressões sofridas, 55,24% são físicas, 29,46% psicológicas, 10,22% morais. O Brasil fica em sétimo lugar no ranking mundial de homicídio feminino.
 
Para a diretoria da ADUNEB, a troca de experiências e as informações socializadas no seminário evidenciam que a mulher também é protagonista nas lutas da classe trabalhadora. Porém, várias questões relacionadas à questão de gênero ainda ocorrem em todos os setores da sociedade, o que requer união ainda maior no enfrentamento ao machismo e ao preconceito.
 
Após dois dias de mesas de debate e grupos de discussões foi encaminhada a organização de um Encontro do MML com representações sindicais, de movimentos sociais e populares, em Brasília, no mês de novembro. A atividade fará a aprovação final do estatuto que, após ser construído, agora será debatido com as bases nos estados. Também foi encaminhada a unificação da esquerda na luta contra as opressões de gênero (mulheres, trans e travestis).
 
*Com informações CSP-Conlutas.
                                                                                                                                        Foto: Karen Oliveira
Militante francesa saúda MML - luta contra o machismo é internacional