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Carta Aberta

 A Comissão “EU DEFENDO A UNEB”, criada em Assembleia Geral Universitária, de abril de 2014, composta por professores, estudantes e funcionários do Campus X da UNEB, em Teixeira de Freitas, vem expor, para a comunidade teixeirense e regional, desafios históricos que comprometem a existência deste Departamento como espaço de formação profissional e cidadã. 

Nesse propósito, estamos informando à sociedade sobre as questões acerca do terreno da UNEB às margens da BR-101, que atualmente é utilizado irregularmente pelo IFBaiano. É de conhecimento público que ao criarem a UNEB o que pertencia a CETAB passou a ser UNEB na década de 1980, como o referido terreno e seu prédio às margens da BR 101. A UNEB fez um empréstimo de uso à CEPLAC para funcionamento da EMARC, colaborando com a educação pública na região. Todavia o acordo de empréstimo venceu em 2008. Mediante muitas lutas e negociações iniciadas desde 2009 pela comunidade do Campus X, um acordo foi realizado entre 2011 e 2012, em que se firmou o compromisso da UNEB em continuar a conceder o direito de uso do terreno ao IFBaiano, enquanto a reitoria deste, por sua vez, se comprometeu em realizar um repasse de verba à UNEB como contrapartida. A UNEB utilizaria tal recurso para a ampliação necessária e urgente de seu espaço físico. Mas isso, infelizmente, não aconteceu, pois o IFBaiano não cumpriu sua parte do acordo, chegando em 2014 a dois anos de atraso e silêncio. 
 
A UNEB, por sua vez, está buscando dialogar com todos os segmentos sociais no intuito de denunciar este triste capítulo do descaso para com a educação superior estadual na Bahia. A comunidade acadêmica está insatisfeita e indignada com a situação negligente e morosa das autoridades para a resolução deste impasse: a UNEB Campus X precisa de um novo campus, enquanto temos um excelente e valorizado terreno utilizado de maneira irregular por uma instituição federal. Precisamos de mais salas de aulas, uma nova rede elétrica, um pavilhão para os laboratórios, um novo espaço físico para a biblioteca, que não comporta mais o acervo, espaços físicos adequados e específicos de cada curso (quadras, piscina, sala creche, salas das pós-graduações e das graduações novas – Educação Física e Direito), restaurante universitário, residência universitária, espaço de vivência adequado, dentre outros. São fatores que, uma vez ausentes, nos limitam, sobretudo, no desenvolvimento de projetos de pesquisa, cursos de extensão e os novos cursos que vêm atender a demanda social e que podem atender demandas de todas as instituições. 
 
Além disso, estudantes, funcionários e professores universitários vêm percebendo os impactos da federalização do ensino superior na conjuntura política regional do Extremo-Sul da Bahia e o intenso processo de sucateamento das Universidades Estaduais. Todos concordam que, devido à crescente demanda pelo Ensino Superior Público, não existe de nossa parte qualquer objeção à expansão das Universidades Federais. A questão central da preocupação é que a citada expansão universitária necessita de um planejamento responsável, com mais diálogo, dando condições de garantir educação de qualidade e, principalmente, não deve ser utilizada como "desresponsabilização" dos governantes para com os problemas e o desenvolvimento da UNEB.
 
A UNEB, em Teixeira de Freitas, é realidade há mais de 30 anos. Participou do crescimento e desenvolvimento da cidade, contribuindo, de forma significativa, nesse processo de formação de muitos profissionais atuantes, não só diretamente na Educação, mas em diversas instituições públicas, privadas e comerciais de toda a Região do Extremo Sul. Infelizmente na atualidade o caráter eleitoreiro da chegada da nova universidade federal em nossa região vem favorecendo o descaso das autoridades competentes que não se movem para resolver o impasse fundiário da UNEB, e consequentemente ajudá-la a melhorar suas instalações, configurando uma grande falta de respeito para com a primeira instituição de ensino superior de todo o Extremo Sul, que tanto colaborou e colabora para o desenvolvimento regional, inclusive aprovando, pela primeira vez novamente, um curso de mestrado para nossa região em 2015. Temos um quadro excelente de professores mestres e doutores que não podem ficar reféns da limitação imposta pela estrutura física para desenvolver seus projetos. Com todos os problemas temos aprovado projetos de pesquisa e extensão nas mais variadas áreas, e cremos que se a estrutura melhorar nossos resultados melhorarão ainda mais.
 
Por conseguinte, não aceitamos mais insinuações por parte de outros setores públicos que visam repartir nosso terreno às margens da BR 101, seja da Chesf (que ocupou SEM DIÁLOGO 6 hectares de nosso terreno), ou das novas universidades federais! Não aceitamos mais arbitrariedades. Solicitamos que tanto a reitoria do IFBaiano, quanto as representações da Chesf, sentem-se conosco para renegociarmos! Do IFBaiano queremos a renegociação e o cumprimento do que nela for acertado imediatamente. Temos agora o compromisso de ofertar ao Extremo Sul um curso de mestrado e não podemos mais esperar! Basta! Ou vamos renegociar ou devolvam o que nos pertence!    
             
Teixeira de Freitas, 09 de maio de 2014.
 
Comissão “Eu defendo a Uneb”