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ADUNEB discute a história das eleições para reitor

 A ADUNEB realizou na última quarta-feira, 25.09, a videoconferência “História das eleições para reitor e vice-reitor da Uneb”. Com imagens disponíveis a todos os departamentos, a atividade teve êxito ao resgatar a história dos pleitos eleitorais da universidade e cumpriu a função pedagógica de esclarecer a comunidade acadêmica sobre as questões subjacentes ao atual processo eleitoral. Os conferencistas foram os professores de Ciência Política e diretor do ANDES-SN, Milton Pinheiro, e a ex-diretora da Associação, Carmen Silvia, que já concorreu à eleição para reitora, em 2005, por uma chapa oriunda e apoiada pelo Movimento Docente. Durante a atividade, a Associação fez questão de não se posicionar ou exercer juízo de valores sobre os candidatos da atual campanha eleitoral a reitor.

Segundo a professora Carmen Lúcia, ao se analisar o histórico das eleições na Uneb, constata-se que, na prática, não existe eleição na universidade. Os resultados das urnas representam apenas uma simples consulta à comunidade acadêmica, pois o artigo 15, da Lei 7176/97, determina que o reitor seja nomeado pelo governador do estado a partir de uma lista tríplice. 
 “Desde a criação da Uneb, devido à falta de autonomia, todos os reitores se alinham ao poder executivo, independente de ideologia”, afirma a professora Carmen, que encerrou sua fala deixando três perguntas: 
 
Atividade resgatou a história das eleições para reitor da Uneb
 
 - Por que no processo eleitoral atual existem três chapas oriundas de uma mesma gestão? 

- Qual o projeto de universidade que queremos?

 - Os candidatos, por questões éticas, não deveriam ter se afastado de seus cargos seis meses antes no início da campanha eleitoral?
 
Para o professor Milton Pinheiro, as gestões da Uneb são pensadas de acordo com paradigmas que interessam à administração pública do estado, invés de serem voltadas a uma gestão do ponto de vista docente, com o objetivo de melhorar a qualidade da Educação Pública Superior da Bahia. 
 
Pinheiro criticou ainda o forte fisiologismo que existe na Uneb. “A universidade não tem capacidade de fazer o enfrentamento com o governo e resolver seus problemas, então, recorre a soluções por meio de alianças e do fisiologismo”, explica. Para o professor Milton Pinheiro, tal fato remete a Uneb ao mais atrasado dos processos políticos: a promessa de cargos e a facilitação de favores em troca de votos. 
 
Conferencistas apontam a falta de autonomia e o clientelismo como problemas da universidade
 
Segundo os conferencistas, diante do cenário exposto, a tarefa do Movimento Docente, neste momento, independente que quem venha a ser nomeado como reitor, é a mobilização da categoria por meio da luta. É necessária a união dos professores, o fortalecimento da ADUNEB e a reivindicação por soluções.
 
Em breve a ADUNEB disponibilizará a videoconferência na internet para o acesso de todos.