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MD rechaça contraproposta do governo



 Na última quarta-feira, 27.02, o governo Wagner, de fato, mostrou sua verdadeira face, ao apresentar uma contraposta que se distancia das reivindicações do Movimento Docente (MD). Os representantes das Associações Docentes (ADs), das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), assistiram à ridícula peça teatral (contraprosta) apresentada pelos prepostos dos Secretários de Estado. A terceira reunião, que teve como pauta o restante da incorporação da CET e o reajuste salarial docente, aconteceu na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), no Centro Administrativo da Bahia. Diante da desrespeitosa postura governista, o MD constatou o descaso que historicamente vem sendo praticado com a educação no Estado da Bahia. 

Segundo os diretores da ADUNEB, essa peça teatral (contraproposta) dá início às negociações na mesa setorial, uma vez que, nas reuniões anteriores, o governo não tinha ideia de que posição assumiria em função das reivindicações do MD. As atitudes do executivo levam os professores a acreditar que o governo joga mais uma vez com a categoria docente.  
 
A luta das ADs, desde junho de 2012, referendada por suas Assembleias, foi e continua sendo, o reajuste salarial de 28%, exigido pelos professores para minimizar as perdas salariais da categoria nos últimos 20 anos. Além disso, reivindica também a definição de um calendário para a incorporação total do restante da gratificação por Condições Especiais de Trabalho (CET), uma vitória dos docentes, já conquistada, na greve de 2011. 
 
A contraproposta
 
A desprezível contraproposta apresentada pelo governo tenta, sobretudo, dividir a categoria docente e jogar uns contra os outros. Propõe reajuste para quase todas as classes, mas praticamente exclui os professores auxiliares da possibilidade de ganho real, propondo apenas 3,45% de aumento. A ardilosa estratégia do governo vai além, tenta rachar ainda mais a categoria quando sugere aumento da Gratificação de Incentivo de Pós-Graduação (IPG) diferenciada para mestres e doutores, sendo aumento de 40% para 45% aos mestres, e 60% para 70% aos doutores.
 
O governo, mais uma vez, erra ao apostar em uma possível falta de unidade no Movimento Docente; e mantém o descaso com a educação ao propor um aumento baseado na valorização da titulação docente. O MD está unido, mobilizado, a luta é de todos e para todos!
 
Segundo o documento apresentado pelo governo, a incorporação da CET seria de 10% em novembro deste ano, e os restantes 13,61% em novembro de 2014. Nesse item, a contraproposta causou indignação ao MD, visto que a proposta fortemente recusada nas negociações de 2011, e que levou a categoria à greve de 75 dias, propunha a incorporação em três parcelas, sendo a última delas em março de 2014.  
 
Outra crítica estabelecida pelos docentes foi a tentativa do governo de enganar o MD substituindo da pauta a reivindicação dos 28% de reajuste salarial por pequenas gratificações (IPG). O percentual de reajuste é uma bandeira de luta da categoria, aprovada pelas Assembleias, e que os professores exigem que continue sendo pauta das negociações.  
 
A insensibilidade e descaso com os professores não tem limites. Questionados pelos docentes, os representantes do governo não souberam informar se a proposta apresentada incluía os aposentados. De maneira irresponsável Jacques Wagner e seus asseclas fingem não conhecer a força do MD, uma categoria respeitada por seu histórico de lutas, enfrentamentos veementes com o governo e conquistas.
 
A ampla indignação oxigena e fortalece a luta docente! As negociações estão em aberto e fazem parte de um processo de construção coletiva. Para que se possa avançar em outras sentadas na mesa setorial, o Movimento Docente considera importante traduzir os números percentuais e colocar na ponta do lápis a pífia proposta apresentada pelo executivo. Para isso, será realizada entre as duas partes uma reunião “técnica” em 19 de março, na Flem. O objetivo é elaborar uma análise comparativa dos cálculos do governo com os que serão realizados pelo DIEESE, a partir de agora, a pedido das ADs. 
 
Pela Aduneb estiveram presentes na reunião a Coordenadora do Fórum das ADs, Zózina Almeida, e a Diretora Estadual, Lilian Ruas. Também marcaram presença os diretores das demais Associações Docentes, e representantes do ANDES-SN, do Fórum dos Reitores e do governo Jacques Wagner.
 
Dia de Luta Docente
 
Sem perder tempo, na mesma tarde de quarta-feira, os docentes fizeram uma reunião extraordinária do Fórum das ADs. Em pauta estavam a análise da contraproposta do governo e a indicação das próximas ações da Agenda de Mobilização 2013, como a atividade conjunta de todas as ADs em um Dia de Luta Docente, em 21 de março. Momento em que os professores mostrarão à sociedade baiana o sucateamento das Ueba e a precarização do trabalho docente.