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Os ataques e as lutas dos trabalhadores são tema da reunião da Coordenação Nacional

 A reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas começou às 10h15 com os informes da pauta e a composição da mesa.

O membro da Secretaria Executiva Nacional Dirceu Travesso abordou a crise econômica mundial e a sua relação com a vida e as lutas dos trabalhadores.Lembrou que mesmo com as medidas que vêm sendo aplicadas, a situação não está amenizada. “Além da crise em que se encontram os países europeus, é preciso observar que os países que vêm de crescimento econômico começam a anunciar a diminuição desse crescimento, é o caso da China”, frisou. 
A grande mobilização dos mineiros espanhóis, que culminou nos últimos dias com uma grande marcha até Madri, foi objeto de análise do dirigente para reafirmar que os ataques dos governos e patrões continuam sobre salários, direitos e emprego. Os mineiros lutam contra os cortes por parte no setor e contra a retirada de direitos do conjunto da classe trabalhadora da Espanha. Além de denunciarem o corte de 63% de subsídios para empresas de mineração de carvão, um plano que ameaça empregos de 30 mil mineiros.
Entretanto, Dirceu chamou atenção para a resposta a esses ataques, comentando a recente marcha que aconteceu. “A greve já tem mais de 50dias e a marcha começou há cerca de 20 dias em direçao a Madri. Caminharam cerca de 600 km em algumas centenas, saindo de diferentes regiões”, comentou. A chamada Marcha Negra reuniu dezenas de milhares nas ruas de Madri.
Uma mobilização efetivamente operária, que fez com que os setores sindicais também entrassem nessa luta. As centrais sindicais, no mesmo dia da grande manifestação em Madri, chamaram um protesto de solidariedade que reuniu 70 mil pessoas.
Dirceu disse ainda que os setores de esquerda do movimento também chamaram uma manifestação naquele dia que reuniu 25 mil pessoas. Ele deu esse exemplo para reafirmar a importância de estabelecer relações com esses setores, ampliando a solidariedade e construindo alternativas de direção.
No informe internacional foi lembrado ainda que no Egito a as eleições não sanaram a instabilidade política, assim como, recentemente ocorreram novas lutas palestinas.
E, no marco da crise econômica, alertou que novas mobilizações começam a ocorrer na América Latina.  “Mesmo que ainda haja um crescimento em muitos deles, os ataques aos trabalhadores aumentam”.
Ele lembrou que no Brasil os servidores públicos federais estão com uma greve nacional forte justamente por causa do descaso com os servidores e os serviços públicos, a educação e a saúde.
Resgatou também que o anúncio das demissões na GM no Brasil, onde mesmo sem haver uma crise profunda, segue a orientação das empresas em todo o mundo, que aplicam a mesma política de reestruturação implicando no aumento da exploração dos trabalhadores. 
Diante deste quadro, defendeu como política para a Central buscar a atuação cotidiana vinculada à situação internacional, como já vem ocorrendo com as campanhas de solidariedade. “Os ataques são os mesmos, precisamos de uma política internacional, para fortalecer um polo alternativo internacional”, finalizou.
O membro da Secretaria Executiva Atnágoras Lopes apresentou o informe nacional resgatando os debates e resoluções do 1º Congresso Nacional da Central. “Resgato para que a primeira reunião da Coordenação Nacional após o Congresso transforme as análises e as resoluções em ações”, salientou.
Atnágoras falou das demissões da GM, em São José dos Campos, e de outras montadoras e segmentos do setor automobilístico.  “Essa realidade não é diferente, por exemplo, da construção civil, conversando com companheiros soube da demissão de 2.400 trabalhadores no Pará”. Com essa constatação concordou com Dirceu que há uma política das empresas no Brasil, que não foge a uma política mundial, de ampliação da exploração dos trabalhadores.
Disse ainda que com as demissões também vêm reformas, como a da previdência, privatizações. “É uma ofensiva do governo para responder para responder a uma crise atacando os trabalhadores com precarização do trabalho e dos serviços públicos: basta ver a greve nas universidades, com o apoio dos estudantes”, disse.
O membro da Executiva também falou sobre as lutas que vêm ocorrendo pelo país e a presença da Central em cada uma delas, lembrando a necessidade de cumprir o papel de alternativa de direção no movimento. 
Atnágoras apontou entre os principais desafios para o próximo período a incorporação da preparação das importantes campanhas salariais deste segundo semestre, além de buscarmos ações mais imediatas em torno dos federais.
Três breves exposições complementaram os informes. Após as exposições foi aberto o debate. As lutas pelo país, a perspectiva da crise, a criminalização do movimento e a atuação da Central estiveram os temas abordados.
Ainda na sexta-feira foi a apresentada as prestações de contas e o parecer do Conselho Fiscal.