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ADs defendem políticas unificadas para autonomia universitária



 “É importante ver as universidades estaduais baianas unidas propondo políticas unificadas, já que, em momentos de crise, os primeiros cortes são sempre nas áreas de saúde, educação e previdência. Assim, o fórum não deixa de ser uma alternativa de resistência.”

 
Com essas palavras, a presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Regional do Cariri (Sindurca), Zuleide Queiroz, deu início ao Seminário sobre Autonomia Universitária, hoje (3) de manhã, no Auditório Jurandyr Oliveira, no Campus I da UNEB, em Salvador.
 
“Lá na Universidade Regional do Cariri (sediada no Ceará), pudemos testemunhar de perto a falta de democracia quando tivemos que conviver com um interventor nomeado pelo governo daquele estado como reação à nossa luta contra a não nomeação do reitor eleito pela maioria da comunidade acadêmica”, disse Zuleide.
 
A docente destacou ainda a importância das universidades no contexto educacional. “Essas instituições são voltadas para estudantes que, em sua maioria, trabalham. Na década de 1980, discutíamos o acesso ao ensino superior. Na de 1990, a permanência do estudante. Hoje, a nossa discussão é a permanência com qualidade”.
 
O diretor da Associação dos Docentes da UNEB (Aduneb) Cosme Wilson Carvalho, que presidiu a abertura do evento, enfatizou: “Ou fazemos uma reflexão sobre o que está acontecendo, ou seremos surpreendidos pela transformação de nossas universidades em escolões”.
 
Durante a manhã, outras palestras movimentaram a programação do fórum. Destaque para a participação do presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb), José Cristóvão de Andrade.
 
Amadurecimento da democracia
 
O pró-reitor de Gestão de Pessoas (PGDP) da UNEB, Marcelo Ávila, que representou o reitor Lourisvaldo Valentim, destacou a importância do evento para o amadurecimento da democracia. “A autonomia universitária é um tema importante e as estaduais paulistas avançaram muito depois que alcançaram essa autonomia”.
 
Marcelo destacou que não adianta falar em autonomia pedagógica sem autonomia financeira. “Cerca de 7% da receita corrente líquida do estado para as universidades é uma proposta interessante, mas o mínimo para atender as nossas necessidades. Se falamos de restaurante universitário ou residência estudantil temos que pensar nos 24 campi da universidade”.
 
Entre os estudantes presentes, Diogo Dutra, da Assembleia Nacional de Estudantes-Livre (Anel), destacou a importância dos estudantes participarem das discussões sobre a autonomia. Já Naiane Silva, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uesb, salientou que os discentes não devem se preocupar apenas com o diploma, mas também com questões relevantes para o futuro das universidades estaduais.
 
Coordenador-geral do DCE da UNEB, Marcelo Lemos disse que é preciso discutir uma autonomia responsável. “Na situação atual, professores e estudantes estão sem condições de atuar melhor e os técnicos, sufocados de trabalho devido à falta de pessoal”.
 
O evento foi promovido pelo Fórum das Associações de Docentes (ADs) das universidades estaduais do Estado da Bahia (Aduneb), de Feira de Santana (Adufs), do Sudoeste da Bahia (Adusb) e de Santa Cruz (Adusc). As atividades também foram prestigiadas por gestores, servidores, professores e estudantes de diversas instituições de ensino.