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Protesto de professores marca desfile dos 189 anos da independência da Bahia



O desfile cívico do 2 de Julho em Salvador, que simboliza a independência da Bahia, foi palco de protestos de docentes, técnico-administrativos e estudantes das universidades estaduais e federais, dos professores da educação básica, em greve, e de várias outras categorias, como a dos médicos. Juntamente com as demais ADs, a Associação dos Docentes da Uefs (Adufs) utilizou o momento para reivindicar melhorias para a educação pública da Bahia e para mostrar à sociedade a situação das universidades baianas em relação aos parcos recursos a elas destinadas pelo governo e a condição de piores salários pagos aos docentes da educação superior dentre as universidades estaduais do Nordeste.

“Participar do cortejo do 2 de Julho é uma tradição entre as ADs, pois é um espaço de protesto e denúncia. É neste evento que aproveitamos para mostrar para a sociedade o descaso do governo do estado com a educação superior”, disse Jucelho Dantas da Cruz, coordenador geral da Adufs, acrescentando que no ato as ADs também reforçaram o apoio aos profissionais da educação básica e das universidades federais.

Com cartazes, faixas, estandartes e palavras de ordem, os professores das universidades baianas pediram mais investimentos para a educação, compromisso do governo Wagner com o ensino público, valorização da carreira docente e reajuste salarial.

As vaias solenes e prolongadas do povo que acompanhava o cortejo, dirigidas ao governador, além dos candidatos a prefeitos da capital e vários deputados, foi uma manifestação inequívoca da insatisfação da população para com o governo Wagner. Em diversos momentos, ficou explícita a indignação e a revolta com o tratamento que o governo vem dando à greve dos professores da educação básica, inclusive com a ameaça de demissão de grevistas. Não foi à toa o forte aparato policial e os muitos seguranças à paisana que rodeavam o governador e seus seguidores. Para aparecer em público, o governo dito democrático e popular precisou se proteger do povo.

CERIMÔNIA

As comemorações começaram logo cedo, às 6h de segunda-feira (02/07), com a alvorada e queima de fogos, no Largo da Lapinha. Logo depois, as autoridades depositaram flores no monumento do General Labatut, líder das tropas baianas, e hastearam as bandeiras do Brasil, da Bahia e de Salvador. O cortejo em comemoração ao 2 de Julho terminou por volta das 9h50, um pouco mais cedo, já que foi antecipado, presumivelmente para evitar confrontos entre os servidores da educação em greve e com salários cortados. O percurso saiu da rua da Lapinha, passou pela Soledade, Santo Antônio Além do Carmo e subiu pelas ruas do Pelourinho, até a chegada na Praça Thomé de Souza.

HISTÓRIA

O 2 de Julho é a mais importante data cívica para os baianos, já que marca o fim da guerra que a população travou contra os portugueses para se libertar do domínio da coroa.  A celebração, que completa 189 anos este ano, presta homenagens aos heróis da independência, como índios, negros e personagens históricos como Maria Quitéria, Joana Angélica eGeneral Labatut.

Em 2 de julho de 1823, quase um ano depois de Dom Pedro I ter declarado a independência do Brasil, as tropas baianas entraram vitoriosas em Salvador. O desfile cívico revive esse momento.

A data também é um dia marcado por protestos. As imagens do cabloco e da cabloca representam o povo que pegou em armas para se libertar.