Especial: Haitiana faz palestra em Salvador pela retirada das tropas da ONU
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No dia 18 de junho, Carole Pierre Paul-Jacob, membro da delegação e dirigente da organização Solidariedade das Mulheres Haitianas – SOFA esteve em Salvador para reforçar a campanha pela retirada das Tropas da ONU no Haiti.
A atividade organizada pela Conlutas-BA é parte de outras atividades nacionais realizadas por uma delegação de três haitianos que estão no Brasil com o objetivo de desmistificar o caráter de “missão humanitária” da ocupação que completou 5 anos neste mês de junho e é liderada pelo exército brasileiro.
A palestra contou com a presença de cerca de 60 pessoas, entre estudantes, militantes do movimento negro e trabalhadores. Organizações como Disk Racismo, Jubileu Brasil (BA), CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais, membros do Terreiro Ilê Axé Oxumaré, da ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) e militantes do PSTU estiveram presentes no auditório do CEPAIA, Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos da UNEB onde aconteceu a atividade.
Na palestra, Carole Pierre destacou o verdadeiro papel das tropas da ONU no Haiti: “o objetivo da ocupação é fundamentalmente econômico. Não é uma missão de ajudar o Haiti. Um haitiano vive com menos de 1 dólar por dia e o dinheiro investido pela ONU na ocupação é gasto com armas. Todos os atos da MINUSTAH favorecem a oligarquia nacional e as multinacionais que se instalam no Haiti”, denuncia Pierre.
Repressão
Carole Pierre denunciou ainda o papel das tropas de reprimir as mobilizações populares. Desde o início do mês, o Haiti vive um intenso processo de lutas pelo aumento dos salários. Os protestos cobram a implantação de uma lei aprovada em abril pelo Congresso Nacional do Haiti que reajusta o salário mínimo de U$ 1,7 diários (R$ 2,30) para cerca de 4 dólares diários (R$ 7,80). No entanto, há 3 semanas a MINUSTAH reprime brutalmente as mobilizações unificadas entre estudantes e trabalhadores. Dois estudantes foram mortos, um deles executado a bala e o outro por golpes de coronhada de soldados da MINUSTAH.
Segundo Carole, essa não foi a primeira vez que os soldados da MINUSTAH agiram com brutalidade contra a população haitiana. Em 2005, mais de 300 soldados realizaram uma grande ofensiva em Cité Soleil, um dos bairros mais pobres da Capital Porto Príncipe. Nesta ocasião, a Minustah protagonizou um enorme massacre.
Para Carole, a MINUSTAH é o braço armado da oligarquia nacional e das multinacionais. “Todos os atos da MINUSTAH servem aos interesses da elite nacional e do imperialismo. A ocupação tem beneficiado, fundamentalmente, empresas brasileiras e norte-americanas que se beneficiam do mais baixo salário da América”, afirma Carole.
Solidariedade
Durante a atividade, ativistas dos movimentos sociais declararam solidariedade ao povo haitiano. Segundo Wilson, membro do Disk Racismo, “todos que acreditam na autodeterminação dos povos deve intensificar a luta pela retirada das tropas do Haiti.”
Ana Célia, professora da UNEB, por sua vez, deixou registrada a sua indignação em relação ao extermínio do povo haitiano pelas tropas da ONU.
A resistência do povo haitiano que há 5 anos luta contra a ocupação foi destacada por Cecília Amaral, militante da Conlutas-BA. “Os haitianos nos deram grandes exemplos: construíram a 1o Republica Negra do mundo depois de uma vigorosa revolução protagonizada pelos negros contra os colonizadores franceses. Ao mesmo tempo, demonstram na luta a importância da unidade entre os operários, os movimentos populares e a juventude, pensamento que a Conlutas defende. Esses relatos trazidos pela companheira do Haiti, portanto, são fundamentais para o fortalecimento da unidade dos povos explorados.”
“Nossa maior luta é a internacionalização da luta”, afirmou Carole ao finalizar sua intervenção na atividade que reforça a campanha pela retirada das Tropas do Haiti. Segundo Carole, a presença da delegação haitiana no Brasil e a ida de uma delegação da Conlutas ao Haiti em 2007 simbolizam a importância da unidade entre os povos oprimidos.
Galeria de fotos da atividade
Veja como foram as atividades em outras cidades:
Debate no RN revela massacre das tropas brasileiras no Haiti
Em Porto Alegre, haitiana denuncia repressão das tropas da ONU e pede apoio dos brasileiros
Haitiano faz palestra em São José dos Campos
Haitiana faz palestra na PUC-SP
Audiência Pública de delegação haitiana no Senado mostra caráter repressor das Forças de Paz da ONU
Delegação Haitiana na Imprensa:
Haiti exige retirada das tropas da ONU
Ativista quer saída de tropas brasileiras
A atividade organizada pela Conlutas-BA é parte de outras atividades nacionais realizadas por uma delegação de três haitianos que estão no Brasil com o objetivo de desmistificar o caráter de “missão humanitária” da ocupação que completou 5 anos neste mês de junho e é liderada pelo exército brasileiro.
A palestra contou com a presença de cerca de 60 pessoas, entre estudantes, militantes do movimento negro e trabalhadores. Organizações como Disk Racismo, Jubileu Brasil (BA), CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais, membros do Terreiro Ilê Axé Oxumaré, da ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) e militantes do PSTU estiveram presentes no auditório do CEPAIA, Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos da UNEB onde aconteceu a atividade.
Na palestra, Carole Pierre destacou o verdadeiro papel das tropas da ONU no Haiti: “o objetivo da ocupação é fundamentalmente econômico. Não é uma missão de ajudar o Haiti. Um haitiano vive com menos de 1 dólar por dia e o dinheiro investido pela ONU na ocupação é gasto com armas. Todos os atos da MINUSTAH favorecem a oligarquia nacional e as multinacionais que se instalam no Haiti”, denuncia Pierre.
Repressão
Carole Pierre denunciou ainda o papel das tropas de reprimir as mobilizações populares. Desde o início do mês, o Haiti vive um intenso processo de lutas pelo aumento dos salários. Os protestos cobram a implantação de uma lei aprovada em abril pelo Congresso Nacional do Haiti que reajusta o salário mínimo de U$ 1,7 diários (R$ 2,30) para cerca de 4 dólares diários (R$ 7,80). No entanto, há 3 semanas a MINUSTAH reprime brutalmente as mobilizações unificadas entre estudantes e trabalhadores. Dois estudantes foram mortos, um deles executado a bala e o outro por golpes de coronhada de soldados da MINUSTAH.
Segundo Carole, essa não foi a primeira vez que os soldados da MINUSTAH agiram com brutalidade contra a população haitiana. Em 2005, mais de 300 soldados realizaram uma grande ofensiva em Cité Soleil, um dos bairros mais pobres da Capital Porto Príncipe. Nesta ocasião, a Minustah protagonizou um enorme massacre.
Para Carole, a MINUSTAH é o braço armado da oligarquia nacional e das multinacionais. “Todos os atos da MINUSTAH servem aos interesses da elite nacional e do imperialismo. A ocupação tem beneficiado, fundamentalmente, empresas brasileiras e norte-americanas que se beneficiam do mais baixo salário da América”, afirma Carole.
Solidariedade
Durante a atividade, ativistas dos movimentos sociais declararam solidariedade ao povo haitiano. Segundo Wilson, membro do Disk Racismo, “todos que acreditam na autodeterminação dos povos deve intensificar a luta pela retirada das tropas do Haiti.”
Ana Célia, professora da UNEB, por sua vez, deixou registrada a sua indignação em relação ao extermínio do povo haitiano pelas tropas da ONU.
A resistência do povo haitiano que há 5 anos luta contra a ocupação foi destacada por Cecília Amaral, militante da Conlutas-BA. “Os haitianos nos deram grandes exemplos: construíram a 1o Republica Negra do mundo depois de uma vigorosa revolução protagonizada pelos negros contra os colonizadores franceses. Ao mesmo tempo, demonstram na luta a importância da unidade entre os operários, os movimentos populares e a juventude, pensamento que a Conlutas defende. Esses relatos trazidos pela companheira do Haiti, portanto, são fundamentais para o fortalecimento da unidade dos povos explorados.”
“Nossa maior luta é a internacionalização da luta”, afirmou Carole ao finalizar sua intervenção na atividade que reforça a campanha pela retirada das Tropas do Haiti. Segundo Carole, a presença da delegação haitiana no Brasil e a ida de uma delegação da Conlutas ao Haiti em 2007 simbolizam a importância da unidade entre os povos oprimidos.
Galeria de fotos da atividade
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