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Reitor indicado da UVA quer mudar regime de trabalho sem debater com professores

Os docentes da UVA (Universidade Estadual do Vale do Acaraú), no Ceará, vivem em um estado completamente ditatorial. O reitor da instituição, que não é do quadro e foi indicado pelo governador, pretende implantar um novo regime de trabalho docente e mudar as regras para a concessão de férias sem discutir com a comunidade acadêmica. A proposta será votada nesta sexta-feira (4) pelo Consuni da universidade sem ter passado por uma discussão prévia.

“Sabemos que o reitor Antônio Colaço Martins refez a proposta anterior, mas conseguiu piorar o texto, pois reforçou o fundamento reducionista de que o regime de trabalho deve ser igual a aulas ministradas”, denunciou a presidente do Sindicato dos Docentes da UVA (Sindiuva), Isorlanda Caracristi. Ela argumenta que a proposta fere os princípios que regem as universidades públicas, não contemplando as atividades de ensino, pesquisa e extensão, precarizando ainda mais o trabalho docente.

O Sindiuva, que é uma seção sindical do ANDES-SN, tem feito uma intensa mobilização. No último dia 27, uma assembleia geral dos docentes aprovou por unanimidade uma nota reivindicando a supressão da resolução proposta pela reitoria e a sua substituição por outra, a ser construída de forma democrática e representativa, após ampla discussão junto aos colegiados de curso, em observância do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) das universidades públicas estaduais cearenses.

Essa já foi assinada por oito dos 19 colegiados de curso e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). “Não conheço um professor que seja favorável à proposta da reitoria”, afirmou Isorlanda Caracristi.

O vice-presidente do Sindiuva, Emanuel Lima, defende que haja uma mudança geral no regimento da UVA. “Também estamos lutando por uma estatuinte, pois somos a única universidade estadual em que o reitor é indicado e, além disso, ninguém conhece o regimento do Consuni. É um modelo totalmente antidemocrático”, denunciou.

O Consuni vai se reunir nesta sexta-feira (4), às 11h, para votar a resolução. No mesmo horário, o Sindiuva realizará uma manifestação para mostrar o descontentamento dos docentes com a proposta.