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Tropa da PM mantém ocupação na USP: professores e alunos entram em greve.

Os professores e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) entraram em greve nesta sexta-feira. Há um mês os funcionários da universidade estão paralisados por reajustes salariais. Nas primeiras negociações a reitoria não atendeu as reivindicações e na madrugada da segunda-feira passada uma tropa da Polícia Militar invadiu a universidade. Se retirou na terça-feira de manhã, mas voltou na madrugada de quarta-feira.

A truculência com que a reitora da USP, Suely Vilela, e o governo Serra vêm tratando a mobilização dos funcionários foi o motivo para a decretação da greve dos professores e alunos.

Os professores decidiram em assembléia que só voltarão a dar aulas quando a PM se retirar do campus. Além disso, os docentes, que tomaram a decisão em assembléia na quinta-feira, esperam que o reforço à luta dos funcionários sirva para pressionar o Cruesp (conselho de reitores da USP) para negociar os aumentos.

Os estudantes, também indignados com a presença da PM na universidade, realizaram um protesto em frente à Fuvest e fecharam os portões de entrada da USP por 40 minutos na quinta-feira à tarde. Após a manifestação, os estudantes em assembléia que reuniu mais de mil alunos, aprovaram a greve em solidariedade à paralisação dos funcionários em repúdio à presença da tropa de choque na universidade.

Historicamente, a USP é conhecida como um local onde a entrada da polícia não é permitida. Na década de 1970, a USP serviu, em função disso, como abrigo para militantes de esquerda perseguidos pela ditadura militar. Este ataque acontece em meio a uma ofensiva dos governos federal e estadual para criminalizar os movimentos sociais, sindicatos e setores de luta. Este fato só mostra a intransigência do governo e da reitoria com as vias democráticas de negociação com a categoria.

Agora, um impasse está instalado. Por meio de nota, o Cruesp afirma que só voltará a negociar após o fim das greves. Entretanto os professores, alunos e funcionários afirmam que enquanto a PM não sair do campus não haverá nem discussão sobre o fim da greve.

Os trabalhadores estão em greve por reajuste salarial de 17%, além da incorporação de R$ 200, e em defesa de 5 mil postos de trabalho ameaçados de demissão e pela reintegração do diretor do Sintusp, Claudionor Brandão, demitido por perseguição política. Também está na pauta dos grevistas a exigência da retirada dos processos administrativos imposto a vários militantes e dirigentes sindicais, bem como pela retirada da multa aplicada pela reitoria ao Sintusp em função da ocupação ocorrida em 2007. Até agora das revindicações, a reitoria propôs somente dar um reajuste de 6,05%.

Também estão em greve os funcionários da Unesp e da Unicamp. Na próxima terça-feira (9) haverá um grande ato ds três universidades em frente à reitoria da USP.