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ADUNEB-Mail Especial – 37º Congresso do ANDES-SN (22 a 27/01/18) Parte 1

 Concluído o 37º Congresso do ANDES-SN, ocorrido em Salvador de 22 a 27 de janeiro, a coordenação da ADUNEB, organizadora da atividade em parceria com o Sindicato Nacional, aproveita para fazer alguns registros. Nossa seção sindical contribuiu para a realização do maior Congresso da história do ANDES-SN, demos o melhor de nós para que ele se realizasse com as melhores condições de trabalho e debate. Para além do empenho da direção da ADUNEB, e do apoio da direção nacional, precisamos registrar a extraordinária dedicação da comissão local nas figuras das professoras Camila Oliver, Salete Vieira e do professor Tadeu Bello. Apesar da inexperiência, esse coletivo lutou em todas as frentes para que o Congresso tivesse todas as condições de funcionamento.

Sim, tivemos problemas, ocorreram questões que fugiram da dinâmica do projetado. Contudo, acreditamos que nada comprometeu o grande evento político-social que realizamos.

Gostaríamos de agradecer à direção nacional do ANDES-SN, ao seu corpo de funcionários, ao empenho da administração da universidade, ao trabalho sempre constante dos funcionários terceirizados/as, a todos e todas as estudantes que atuaram como monitores e monitoras e por fim, mas não por último, aos funcionários e funcionárias da ADUNEB, que com seus trabalhos contribuíram firmemente para a história desse Congresso.

Precisamos agora, lutar em outra frente. Trata-se de enfrentar a relação de força na luta de classes e não permitir que nosso sindicato seja derrotado e desarticulado do conjunto das lutas da nossa classe. Devemos apresentar de forma firme e vigorosa o nosso projeto de luta docente e de universidade para a nossa categoria e para os/as trabalhadores/as.

Avante, camaradas!

Coordenação ADUNEB



Abaixo segue uma coletânea de algumas das matérias realizadas durante o Congresso, produzidas em parceria pelas assessorias de comunicação da ADUNEB, do ANDES-SN e demais seções sindicais. Devido a uma limitação de espaço, este ADUNEB-Mail Especial teve que ser dividido em dois, que foi enviado à categoria um logo após o outro.


37º CONGRESSO DO ANDES-SN COMEÇA EM SALVADOR COM A PARTICIPAÇÃO DE MAIS DE 500 DOCENTES

Atividade organizada pela ADUNEB, em conjunto com o Sindicato Nacional, tem como um dos desafios a elaboração de um plano de lutas em defesa da educação pública gratuita e da classe trabalhadora

 Plenária de abertura no Teatro Caetano Veloso - Uneb

 Com o auditório tomado por centenas de docentes de todo o país e ao som do Hino da Internacional Socialista teve início na manhã desta segunda-feira (22), o 37º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). A atividade deste ano, que acontece em Salvador e vai até o final do próximo sábado (27), é organizada pela ADUNEB, em parceria com o Sindicato Nacional. De acordo com a Comissão Organizadora, até o início desta tarde, mais de 500 participantes já estavam presentes no evento, que é a instância máxima de deliberação da categoria dos docentes que atuam no ensino superior.

Na plenária de abertura, além do ANDES-SN e da ADUNEB, marcaram presença representações da CSP-Conlutas, Sintest Uneb, MTST, Oposição UNE, Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Reitoria Uneb, Conselho Federal de Serviço Social (Cfess), Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco). Na fala de todos a disposição para a luta contra os ataques do governo Temer, do avanço do Neoliberalismo, a defesa da educação pública superior gratuita e da classe trabalhadora. 
 
Primeira a falar na solenidade de abertura, a diretora do ANDES-SN e da ADUNEB, Caroline Lima, após a saudação inicial aos professores e professoras, ressaltou a importância da realização do Congresso em Salvador. Relembrou as revoltas populares históricas, a exemplo do Levante dos Malês, as quais tornaram a cidade conhecida como a Capital da Resistência. “Aqui, os indígenas e malês resistiram, a população baiana expulsou os portugueses, no histórico 2 de julho que marcou o processo de independência da Bahia, e as mulheres participaram da Revolta dos Búzios. Agora recebemos vocês para que saiamos daqui com uma Greve Geral que pare as contrarreformas”, afirmou. 
 
 
Mesa de abertura do Congresso
 
O coordenador geral da ADUNEB, Milton Pinheiro, afirmou que o Congresso exerce um papel fundamental de organização da categoria docente para, além de barrar as contrarreformas do governo Temer, ainda combater as opressões aos grupos sociais minoritários. Milton Pinheiro ressaltou que as lutas em curso ganham ainda mais relevância este ano, período em que se celebra os 200 anos do nascimento de Karl Marx. Para o professor, as obras do pensador alemão, que buscam a emancipação da classe trabalhadora, ainda se alinham ao projeto de sociedade defendida tanto pela ADUNEB quanto pelo ANDES-SN.
 
De maneira enfática e diante de aplausos, a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, defendeu a unidade de ação. Segundo Eblin, diante da atual conjuntura, a defesa da classe trabalhadora só será eficaz a partir de uma ampla articulação de sindicatos, estudantes, movimentos sociais, populares e outras organizações políticas de esquerda. A presidente ainda ressaltou que este ano também é marcado pelos 40 anos da primeira reunião para a criação da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior. Desde aquele período um sindicato pautado pela organização feita pela base, classista, combativo e autônomo de governos, partidos políticos e administrações centrais. Um sindicato plural, que valoriza a democracia interna e respeita opiniões e correntes distintas. Eblin afirmou que um dos principais desafios do Congresso será a construção de um plano de lutas que faça o enfrentamento ao governo Temer. “Precisamos de um plano de lutas à altura dos nossos desafios’, finalizou.
 
Olodum
 
Vibração, cores, percussão e a demonstração da força da cultura negra da Bahia. Assim a Escola de Tambores do Olodum abriu as portas do 37º Congresso do ANDES-SN e saudou os participantes. A apresentação dos meninos e meninas encantou a todos nesta manhã de segunda-feira. A escola é mais um dos projetos sociais desenvolvidos pelo grupo Olodum. O espaço, entre outros aspectos, atua no desenvolvimento da cidadania de crianças em situação de risco social e preservação da cultura negra.
 
 
 
Texto com informações ANDES-SN


DOCENTES DEBATEM CONJUNTURA E APROVAM CENTRALIDADE DA LUTA PARA 2018

Debate aconteceu no 1º dia do 37º Congresso Nacional do ANDES-SN, que acontece na Uneb em Salvador


Plenária de instalação

Durante todo o período da tarde e noite dessa segunda-feira (22), os mais de 550 delegados e observadores inscritos, até o momento, no 37º Congresso debateram os textos apresentados por docentes de diversas seções sindicais, com diferentes análises da conjuntura nacional, internacional e do movimento docente.

Dos 10 textos enviados ao Caderno do 37º Congresso, um foi remetido à plenária do Tema 2, por solicitação dos  autores da Associação dos Docentes e Profissionais da Educação a Distância do Rio de Janeiro - Seção Sindical do ANDES-SN (Adopead SSind.), e o texto 9 não foi defendido pela ausência dos autores.

Durante mais de cinco horas, os participantes expressaram as diferentes análises de conjuntura e debateram questões como as contrarreformas impostas aos trabalhadores pelo governo de Michel Temer, as retiradas de direitos promovidas pelos governos anteriores e suas consequências para o setor da educação, além da Justiça seletiva e do julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que pode resultar no impedimento de sua candidatura. Foram abordados também os ataques promovidos pelos governos estaduais, a situação dos trabalhadores aposentados e pensionistas, a necessidade de construção de uma nova greve geral para barrar a Reforma da Previdência, e ainda, o papel do Sindicato Nacional nesses processos e a participação em diversas lutas e ações de resistência contra os retrocessos. Foi destacada, também, a situação dos trabalhadores na América Latina.

Após mais de 50 intervenções, os delegados aprovaram, como centralidade da luta do Sindicato Nacional para 2018: “Fortalecer a unidade de ação com os setores dispostos a barrar e revogar as contrarreformas. Construir as lutas e a greve do funcionalismo público federal, estadual e municipal em defesa da educação e dos serviços públicos e da garantia de direitos, rumo a uma nova greve geral. Fora Temer. Nenhum direito a menos.”
 
 

Moção contra a seletividade da Justiça no julgamento do ex-presidente Lula
 
Ainda na Plenária do Tema 1, foram apresentadas três moções relativas ao julgamento em 2ª instância de Luís Inácio Lula da Silva, marcado para quarta-feira (24). Os delegados aprovaram, por maioria, se manifestar sobre o julgamento do ex-presidente, marcado para ocorrer no TRF4 no próximo dia 24 de janeiro.

A moção aprovada destaque que, como o sindicato já denunciou no 61º CONAD, na atual conjuntura explicita-se e aprofunda-se o alinhamento político entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e a grande mídia, com destaque para a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando-se para segmentos do Ministério Público e da Polícia Federal, que demonstram total subordinação aos interesses políticos dos representantes do capital. 

“A condenação de Lula, seletiva e com fins eleitorais, se confirmada em segunda instância, é mais um ataque às poucas liberdades democráticas conquistadas e pode servir para o aprofundamento da criminalização das lutas sociais. Posicionar-se contra a seletividade da justiça que, neste caso, pode inviabilizar a candidatura de Lula, reafirma a histórica postura deste Sindicato em defesa da democracia. Isto não significa nem pode resultar em apoio a qualquer candidato/a no pleito eleitoral de 2018. Ao contrário, o ANDES-SN deve se manter autônomo e independente de partidos, governos, religiões e reitorias e reafirmar a necessidade de construção de uma alternativa classista dos/das trabalhadores/as, a qual não pode ser assumida nem pelo neoliberalismo, nem pela sua variante da conciliação de classe”, afirma o texto. Confira aqui a íntegra da moção.
 
Texto e fotos: Ascom ANDES-SN


37º CONGRESSO DO ANDES-SN - COMISSÃO ORGANIZADORA NÃO MEDE ESFORÇOS PARA MELHOR RECEBER OS DOCENTES

Atividade acontece na ADUNEB pela primeira vez e é considerada uma das maiores da história do Sindicato Nacional
 
 A ADUNEB e o ANDES-SN promovem, em Salvador, na Universidade do Estado da Bahia, o 37º Congresso Nacional do ANDES-SN. As atividades começaram na última segunda-feira (22) e irão até a noite do próximo sábado (27). Essa é a primeira vez que a Associação dos Docentes da Uneb sedia as discussões do evento, que é considerado o mais importante espaço de deliberação e organização das lutas do Sindicato Nacional. Para receber da melhor maneira possível os participantes a comissão organizadora não mede esforços.

O Congresso de Salvador, de acordo com a ADUNEB, embora ainda esteja na metade, já pode ser considerado um dos maiores da história do ANDES-SN. São 581 participantes de todas as regiões do país, sendo 414 delegados, de 80 seções sindicais, com 122 observadores e 36 representantes da diretoria. Dez jornalistas cobrem a atividade.
 
Para a coordenação da ADUNEB, a realização do Congresso no Campus da Uneb demonstra o reconhecimento nacional da força do Movimento Docente baiano, em defesa da educação pública superior e da categoria. Uma história de luta que já é construída há mais de 30 anos. 
 
 
Reunião das comissões organizadoras local e nacional
 Organização
 
Desde o momento em que o Congresso de 2017 decidiu pela realização da atividade deste ano na capital baiana, sediado pela ADUNEB, os coordenadores do sindicato fizeram questão que o evento ocorresse na própria Uneb. A universidade pública estadual é cravada no meio da comunidade da Engomadeira, no bairro Cabula. Apesar das dificuldades estruturais que passa, a Uneb acolhe parcela da população local em projetos de extensão, sobretudo, nas áreas de saúde e educação. “Nossa posição foi política para mostrar a importância e reforçar a necessidade da luta pela qualidade da universidade pública, voltada a atender as reais demandas da comunidade”, explicou a professora Camila Oliver, membro da comissão local de organização.
 
Docente do Campus da Uneb de Alagoinhas, Camila comenta que duas das preocupações foram a acessibilidade e a comodidade aos participantes do Congresso. A universidade foi construída em uma região de ladeiras, com vários desníveis. “Na medida do possível, buscamos organizar todas as atividades ao redor do Teatro Caetano Veloso, local em que acontecem as plenárias docentes”, comentou a professora. Camila ressalta ainda que todos os pontos importantes foram pensados detalhadamente, entre esses, containers sanitários, ambulância, feira de artesanato, lan house, bancas com venda de livros e food truck como mais uma opção de alimentação. Além disso, a segurança foi dobrada e técnicos ficam de plantão nas áreas de elétrica, hidráulica e informática. Todo o trabalho teve o amplo apoio da reitoria da Uneb. 
 
 
Feira de artesanato em frente à entrada do teatro
Monitores
 
Outro ponto fundamental para o sucesso do Congresso tem sido a atuação dos 30 monitores. Integrante da comissão organizadora e professor do Curso de Turismo e Hotelaria, Tabeu Belo, informou que o edital de seleção dos monitores prezou por alunos do próprio Campus I. “Está sendo a oportunidade dos estudantes vivenciarem na prática o que aprendem na sala de aula. Diante da heterogeneidade de demandas que temos no evento, além dos alunos e alunas de Turismo e Hotelaria, pudemos contemplar graduandos das áreas de saúde e comunicação. Todos terão certificados no final”.
 
Para que tudo ocorra dentro da normalidade, duas reuniões preparatórias foram feitas antes do início do evento. “Nossos monitores atuam em todas as áreas. Temos professores cadeirantes, que estão recebendo todo o atendimento. A equipe também oferece apoio na questão da gestão, da infraestrutura, no acompanhamento em sala, das plenárias, dos grupos de discussão, na secretaria, entre outros espaços”, afirmou o professor Tadeu Belo.
 
Estudante do Curso de Comunicação Social, Marcos Paulo Lima, é um dos monitores. Ele comenta como o trabalho tem sido enriquecedor. “É extremamente desgastante, mas é muito bom porque você acaba tendo experiência, conhecendo novas pessoas, de realidades distintas, aprendendo coisas que não vivencia diariamente. Isso é muito importante não só apenas pela questão curricular, mas também pelo crescimento pessoal. Tenho descoberto em mim qualidades que até então não sabia que possuía”, relatou o estudante.  
 
 
Profa Camila Oliver em reunião de treinamento com profissionais que atuam no evento
Espaço de recreação
 
Para que as mães e pais, de filhos pequenos, possam participar do Congresso sem preocupação, foi providenciado um espaço infantil. Também integrante da comissão de organização, Salete Vieira, docente de Turismo e Hotelaria, explicou que o local foi pensado para crianças de dois a 12 anos de idade. “As atividades foram planejadas para que a cada dia, a cada turno, as crianças tenham atividades diferentes para cada faixa etária. São quatro salas ao todo, com espaço de vídeo, sala de brinquedos e artesanato. Ainda cuidamos da alimentação e damos banho. Tudo feito com muito carinho pelos monitores e sob a supervisão de uma pedagoga”. A recreação funciona em um espaço cedido pelo Departamento de Ciências da Vida.
 
O serviço começa às 9h e vai até por volta da meia noite, ou até o momento em que os pais buscarem a última criança no local. 
 
 
Diversão no espaço infantil
Exposição fotográfica
 
Uma homenagem a história de luta do Movimento Docente baiano. Essa é a temática da exposição fotográfica, localizada no espaço coberto, em frente à biblioteca. Os registros fotográficos são de autoria do professor aposentado da Universidade Estadual de Feira de Santana, Balmukund Patel. Com olhar sensível e atento, ele eterniza por meio de suas lentes e técnica o cotidiano das lutas em defesa da educação pública superior e da categoria docente.
 
 
Exposição de fotos sobre o Movimento Docente
 
Neste dia 24, acontecem os grupos de discussão. De 25 a 27, ocorrem as plenárias que irão deliberar sobre os planos de lutas específicos dos setores das universidades estaduais e federais, as questões organizativas e financeiras, e a plenária de encerramento. De acordo com o coordenador da ADUNEB, Milton Pinheiro, todo o trabalho de organização e compromisso político foi para possibilitar que o conjunto dos delegados e observadores tivesse condição de trabalho adequado, no sentido de extrair uma pauta de lutas, que coloca que em movimento professores, professoras e a classe trabalhadora.


PASSEATA DEFENDE EDUCAÇÃO PÚBLICA, DIREITOS TRABALHISTAS E EXIGE JUSTIÇA À CHACINA DO CABULA

Protesto foi realizado por centenas de docentes que participam do 37º Congresso do ANDES-SN, reunidos na Uneb do Cabula, em Salvador
 
 Protesto docente no Cabula, organizado pelo Fórum das ADs

 As professoras e os professores de todo o país, presentes do 37º Congresso do ANDES-SN, sediado pela ADUNEB, em Salvador, ocuparam em passeata a rua Silveira Martins, que passa em frente à Uneb e é a principal via de acesso do bairro Cabula. O protesto foi na noite de terça-feira (23). Com carro de som, faixas e bandeiras os docentes ecoaram gritos de resistência em favor da educação pública superior e contra as políticas de retirada de direitos trabalhistas e sociais dos governos Rui Costa e Michel Temer. A manifestação ainda denunciou o genocídio do povo negro e exigiu que se faça justiça aos 12 jovens assassinados na Chacina do Cabula, que completará três anos em fevereiro. 

A atividade foi organizada pelo Fórum das ADs, espaço de organização política formado pelas quatro associações docentes das Universidades Estaduais da Baianas (Ueba): ADUNEB, ADUFS, ADUSC e ADUSB. Para o coordenador geral da ADUNEB, Milton Pinheiro, entre outros fatores importantes, o ato foi mais uma ação de denúncia contra os ataques à educação pública superior, realizados tanto pelo governo federal de Temer, quanto pelo governo estadual de Rui Costa. “O ato foi importante para denunciarmos à comunidade do Cabula o quanto à categoria docente e as Ueba são prejudicadas pela falta de atenção e vontade política do governo estadual. “Apenas entre 2012 e 2016, foram cortados R$ 74 milhões das universidades estaduais. Há três anos os docentes e todo o conjunto do funcionalismo público baiano não recebem o reajuste linear da categoria, que recompõe as perdas causadas pela inflação, isso representa cerca de 20% a menos no orçamento familiar de nós trabalhadores. Apenas na Uneb, atualmente, 416 professores e professoras têm seus direitos trabalhistas de promoção e alteração de regime de trabalho negados e aguardam em uma lista de espera”, disse Milton Pinheiro. 
 
 
Coordenadores da ADUNEB, Milton Pinheiro e Caroline Lima durante a passeata
Contra o genocídio
 
A responsável pela pasta de Gênero, Etnia e Diversidade da ADUNEB, Ediane Lopes, afirmou que a coordenação do sindicato considerou fundamental o ato público ter ocorrido no Cabula, pois não se pode apagar da memória as situações de opressão contra os segmentos desfavorecidos da sociedade. “A Chacina do Cabula, mais uma vez, demonstrou o racismo institucional e seletivo, que decreta pena de morte por conta da cor e da classe social. Temos que relembrar e denunciar sempre, para demarcar que a emancipação humana passa também pelo fim das opressões, do racismo, do preconceito de gênero, da LGBTfobia e de todas as demais formas de opressões”.
 
Avaliação

Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressalta a importância da realização do ato e do diálogo com a comunidade local. “Para nós, é muito importante, quando realizamos um evento em uma universidade pública, criarmos uma forma de nos comunicar com a comunidade do entorno, explicar porque nós estamos aqui. Como defendemos a educação pública, é fundamental interagirmos com a população local e convoca-la a participar da luta em defesa da universidade pública”, explica Eblin.


Presidente do ANDES-SN, Eblin Farage
Chacina do Cabula
 
O Campus de Salvador da Uneb está localizado no bairro Cabula, local que em fevereiro de 2015, ficou nacionalmente conhecido pela “Chacina do Cabula”. Na ocasião, 12 jovens de 16 a 27 anos, receberam 88 tiros à queima roupa, disparados pela Polícia Militar da Bahia. Apenas um dos rapazes tinha passagem pela polícia por porte de maconha. O laudo da perícia, divulgado pelo Ministério Público, constatou evidências de execução sumária. Porém, a justiça baiana, de maneira extremamente rápida, considerou todos os policiais inocentes. Movimentos sociais e Ministério Público tentam transferir o caso para o âmbito federal, afim de conseguir novo julgamento.
 
Leia aqui a matéria especial produzida pela ADUNEB sobre a Chacina do Cabula.

Veja aqui mais fotos do ato público.


GRUPOS DE DISCUSSÕES DEBATEM PLANO DE LUTAS E OUTRAS QUESTÕES
 
Durante o 37º Congresso do ANDES-SN, que é organizado pela ADUNEB em parceria com o Sindicato Nacional, e acontece no Campus I da Uneb, em Salvador, a terça-feira (23) e quarta-feira (24) foram reservadas para que as professoras e professores, divididos em 12 grupos de discussões, pudessem realizar amplo debate. Os temas abordados foram “Políticas sociais e plano geral de lutas”, “Plano de lutas dos setores” e “Questões organizativas e financeiras”. Agora desta quinta-feira (25) ao final do sábado (27), todas as discussões dos grupos serão debatidas nas respectivas plenárias. Veja aqui alguns momentos dos trabalhos dos grupos.

Fotos: ANDES-SN, ADUFPEL, ADUFMAT


ANDES-SN LANÇA DOCUMENTÁRIOS SOBRE MILITÂNCIA DOCENTE LGBT E ÉTNICO-RACIAL

Diretora da ADUNEB é uma das coordenados do grupo de trabalho que produziu os documentários

 
Exibição do documentário Narrativas Docentes:  memória e resistência LGBT

Na manhã desta sexta-feira (26), penúltimo dia do o 37º Congresso do ANDES-SN, que é sediada pela ADUNEB, em Salvador, foram lançados os documentários “Narrativas Docentes: memória e resistência negra” e “Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT”. As produções em audiovisual abordam as experiências de docentes militantes nestas temáticas, registrando suas trajetórias, resistências e lutas no combate às opressões vivenciadas dentro e fora das instituições de ensino às quais estão vinculados.

Os documentários são uma resolução do 36º Congresso do ANDES-SN. Conforme explica Caiuá Al-Alam, um dos coordenadores do Grupo de Políticas de Classe para Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), as produções buscam visibilizar as trajetórias da militância LGBT e de negros e negras. 
 
“Estes lugares de fala possuem diferentes visões sobre a universidade e enfrentaram diferentes lutas nesse período todo. Para nós, é muito importante porque com os documentários damos dois saltos: monumentalizamos essas pautas que são fundamentais para a luta classista e ao mesmo tempo registramos esses companheiros e companheiras que construíram o sindicato”, avalia.
 
Outro ponto destacado por Caroline Lima, diretora da ADUNEB e também coordenadora do GTPCEGDS, é a atualidade dos temas tratados nos documentários e a intersecção das pautas das opressões com as questões de classe. “Nós temos docentes que entraram há menos de 10 anos na universidade e sofrem opressões e preconceitos muito parecidos como aqueles que entraram há 30 anos, o que coloca para a gente que a pauta de combate à lesbofobia, homofobia, ao machismo e ao racismo é uma pauta atual e classista, porque não temos como fazer uma disputa para vencer o Capital sem antes também fazermos uma disputa e uma luta contra as opressões”, explica.
 
Os professores também pontuam que, além das produções avançarem na discussão sobre as questões de gênero, diversidade sexual e étnico-racial, também são uma ferramenta importante para o registro da história do ANDES-SN.
 
 
Coordenadores do GTPCEGDS explicam sobre a produção do documentário antes da exibição
Fortalecendo o debate
 
No ano de 2017, o ANDES-SN realizou o primeiro Seminário Integrado do GTPCEGDS. Com a participação e dezenas de docentes, o evento, realizado em agosto em Pelotas (RS), possibilitou o aprofundamento do debate sobre as opressões. As entrevistas apresentadas no documentário foram realizadas durante o Seminário. Para Quelli Rocha, diretora da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat Seção Sindical do ANDES-SN) e uma das entrevistadas para o “Narrativas Docentes: memória resistência LGBT”, a produção demarca um processo de resistência, em uma conjuntura extremamente perversa. “Toda política pública no Brasil se dá à base de resistência e organização da classe trabalhadora”, afirma. A professora também pontua que o documentário marca a memória de parte da categoria que constitui o sindicato, e que é parte da classe trabalhadora, a qual tem orientação sexual, identidade de gênero e tem raça.
 
Francisco Vitória, diretor da Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel-SSind), entrevistado para o “Narrativas Docentes: memória e resistência negra” explica a importância de fortalecer os debates e visibilizar a trajetória de resistência destes militantes. “Nós temos uma mesma condição profissional, mas não temos uma mesma história. Mesmo dentro dos nossos locais de trabalho a gente ainda sofre discriminação, somos colocados de lado. Trazendo essa informação para dentro do conjunto movimento, pode ser que as pessoas parem para conversar mais sobre isso. Assim, os debates passam a sair do superficial”, ressalta.
 
Os documentários lançados no 37º Congresso do ANDES-SN estão disponíveis tanto no site quanto no canal de Youtube do Sindicato Nacional, e também em sua página no Facebook.
 
Ficha técnica
 
“Narrativas Docentes: memória e resistência negra” - https://youtu.be/bR8mXCuFeR8
Direção: Rafael Balbueno
Roteiro: Adriana Hessel Dalagassa, Caiuá Cardoso Al-Alam, Cláudia Alves Durans, Caroline de Araújo Lima, Jacqueline Rodrigues Lima, João Francisco R. Kastner Negrão, Lila Cristina Xavier Luz, Rafael Balbueno.
Realização: ANDES-SN
Produção: GTPCEGDS
Apoio: Sedufsm SSind


“Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT”- https://youtu.be/m69O_gMDbCg
Direção: Rafael Balbueno
Roteiro: Adriana Hessel Dalagassa, Caiuá Cardoso Al-Alam, Cláudia Alves Durans, Caroline de Araújo Lima, Jacqueline Rodrigues Lima, João Francisco R. Kastner Negrão, Lila Cristina Xavier Luz Rafael Balbueno.
Realização: ANDES-SN
Produção: GTPCEGDS
Apoio: Sedufsm SSind.
 
Texto ADUFPEL, com complementos ADUNEB


37ª CONGRESSO DO ANDES-SN - CATEGORIA DOCENTE AVANÇA EM POLÍTICAS SOCIAIS

Os cerca de 600 docentes reunidos no Teatro Caetano Veloso, do Campus I da Uneb, novamente demonstraram o caráter progressista do Sindicato Nacional e reafirmaram disposição para o enfrentamento

 Votação que aprovou a luta pela legalização do aborto

 Um dia histórico de importantes avanços nas políticas sociais do ANDES-SN, que impactarão de maneira positiva a luta contra a ofensiva conservadora. Essa é a análise da coordenação da ADUNEB sobre o resultado da Plenária II, que teve como um dos subtemas “Políticas de Classe, Etnia, Gênero e Diversidade Sexual”, realizada nesta sexta-feira (26), penúltimo dia do 37º Congresso do ANDES-SN, em Salvador.

 Os cerca de 600 docentes reunidos no Teatro Caetano Veloso, do Campus I da Uneb, novamente demonstraram o caráter progressista do Sindicato Nacional e, diante de uma conjuntura reacionária, de corte de direitos sociais, trabalhistas e avanço das opressões, mostraram a disposição para o enfrentamento. Satisfeita com o salto da plenária, a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, afirmou que os avanços conquistados nas políticas sociais, nos trabalhos desta sexta-feira, são o resultado de um processo de lutas do Sindicato Nacional, que há anos inseriu em sua pauta a defesa das comunidades e dos segmentos sociais oprimidos.
 
Um dos principais pontos foi a aprovação da luta pela legalização do aborto. No 34º Congresso, em 2015, realizado em Brasília, a categoria docente já havia aprovado a descriminalização do aborto. Agora, um passo ainda mais importante foi conquistado. Para a coordenadora da ADUNEB e diretora do ANDES-SN, Caroline Lima, a deliberação do Congresso será um excelente reforço à luta feminista. “Ter uma entidade forte e representativa como o ANDES-SN, na defesa da legalização do aborto, será fundamental. A legalização significará que o Estado será obrigado a garantir nossos direitos reprodutivos e criar políticas públicas para isso. O aborto é algo que está posto, real, e por ser proibido, as mulheres de baixa renda são obrigadas a fazê-lo em clínicas clandestinas, locais em que muita acabam sendo mortas por falta de atendimento adequado”, explicou a professora.
 
Ainda sobre a questão do aborto, outro importante avanço foi a deliberação pela intensificação da luta contra os substitutivos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181/15. Aprovada em novembro do ano passado, pela Comissão Especial do Congresso Nacional, a PEC tenta impedir o aborto em casos que hoje são garantidos por lei: estupro, risco à vida da mulher ou de feto anencéfalo.
 
Contra opressões
 
Para o embate contra as opressões no interior das universidades, a plenária aprovou pautar esses problemas junto as principais instituições representativas das Instituições de Ensino Superior. O objetivo é buscar alternativas para minimizar questões como assédio sexual e moral, racismo, machismo, xenofobia, homofobia, LGBTfobia, capacitismo, preconceito geracional, romafobia (preconceito contra o povo cigano),entre outras. As instituições e serem pressionadas serão a Associação dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes), Conselhos de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Conselho Nacional de Dirigentes das Escolas de Educação Básica das Instituições Federais de Ensino Superior (Condicap) e Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
 
Também no âmbito do combate as opressões, foi deliberado a luta, em articulação com os movimentos estudantis e técnico-administrativos nas Instituições de ensino, via conselhos superiores, para a criação de espaços para receber denúncias e acolher as vítimas de assédio sexual e moral, racismo, LGBTfobia e outras opressões. 
 
Inserção nas universidades
 
Para a democratização da universidade, tanto na graduação quanto na pós-graduação, foi reforçada a atuação em defesa da garantia ao acesso e permanência das populações LGBTT, negra, indígena e das mulheres nas Instituições de Ensino Superior.
 
Lei João Nery
 
Outro avanço considerado fundamental foi ao encontro de uma das reivindicações do público transgênero. Entre as políticas sociais do ANDES-SN agora consta a luta pela tramitação e implementação do projeto de Lei 5002/13 (Lei João Nery), que trata sobre o direito à identidade de gênero e pauta o direito ao nome social. “Esse é um direito que precisa ser garantido à população trans e agora se torna mais uma bandeira de luta de nosso sindicato. É um debate que precisamos acumular ainda mais. É necessário darmos conta disso e auxiliar a categoria, porque as universidades não garantem os direitos das populações trans”, disse Caroline Lima, a diretora da ADUNEB.
 
# Devido ao espaço limitado, o boletim continua no próximo ADUNEB-Mail Especial - 37º Congresso do ANDES-SN

 
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