Aduneb-Mail

ADUNEB-Mail 2017 – Edição 700 (31/05/17)

 Paralisação das Ueba desta terça-feira (30) marcou o início do processo de radicalização da categoria docente

Aumentar a mobilização e a cobrança sobre o governo Rui Costa foi deliberação das assembleias docentes de Uneb, Uefs, Uesc e Uesb

Os professores da Uneb e das demais Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) realizaram paralisação, de 24 horas, das atividades acadêmicas nesta terça-feira (30). Neste dia de protesto, os docentes fecharam os portões dos campi e denunciaram à sociedade a situação precária em que se encontram as Ueba. Entre os objetivos estava a tentativa de sensibilizar o governo Rui Costa sobre os problemas que impactam a educação pública superior e a comunidade acadêmica, além de buscar o avanço nas negociações da pauta de reivindicações dos professores. Protocolada junto ao governo, em dezembro do ano passado, até o momento, o governo não demonstra disposição em negociar (leia mais).


Protesto contra o governo que mais ataca as universidades estaduais da Bahia
 
No Campus I da Uneb, além dos portões fechados, os docentes fizeram panfletagem na entrada da universidade e ofereceram um café da manhã à comunidade acadêmica, que compareceu para oferecer apoio. Reconhecendo a gravidade dos problemas enfrentados por professores, técnicos e estudantes, a imprensa ajudou a denunciar a questão e deu boa visibilidade à manifestação. 


Professores durante panfletagem em frente à Uneb

Nesta mesma semana, além da paralisação e da ação junto à imprensa, a ofensiva do Fórum das ADs na cobrança de responsabilidade do governo Rui Costa, também contou com mensagens em várias rádios e dezenas de outdoors de denúncia, em rodovias e municípios por todo o Estado. O aumento da radicalização por parte do Movimento Docente foi deliberação das assembleias docentes das quatro estaduais da Bahia (Uneb, Uefs, Uesc e Uesb), em virtude da falta de compromisso do governo estadual. 
                                                                                                                                            Foto: Divulgação

Avenida Bonocô, em Salvador - Um dos outdoors do Fórum das ADs
 
A diretoria da ADUNEB adverte, caso o governo continue a demonstrar intransigência, a greve por tempo indeterminado poderá ser o caminho a seguir. O Fórum das ADs, de maneira responsável, está aberto à negociação.


Diretor da ADUNEB faz denúncia à imprensa durante a paralisação
 
Abraço na Uneb

Durante a paralisação desta terça-feira (30), os docentes também receberam ampla solidariedade dos servidores técnicos. Como atividade de mobilização, os representantes das duas categorias, em unidade, realizaram um abraço simbólico à universidade para mostrar a disposição de atuar conjuntamente, nas pautas que as unificam.


Comunidade acadêmica unida em defesa da Uneb


Em audiência educadores e estudantes colocam filho de Bolsonaro para correr da Bahia

Foi pela porta lateral, às pressas, fugindo no meio de um debate democrático com educadores, em um carro emprestado pela prefeitura, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC), nesta segunda-feira (29), deixou a câmara municipal de Salvador. Tudo isso em meio a uma chuva de vaias e gritos de fascista, feito por estudantes e representantes de movimentos sociais. Esse foi o saldo da conturbada passagem pela capital baiana, do filho do também deputado, que defende a ditadura militar, a tortura e a pena de morte no Brasil, Jair Bolsonaro.  

O deputado Eduardo Bolsonaro veio a Salvador para participar de uma audiência pública. O objetivo seria debater o autoritário projeto Escola sem Partido, que prevê a lei da mordaça a professores e projetos pedagógicos. A discussão também contou com vários outros debatedores que eram favoráveis e contrários ao projeto. 


Plenário da câmara dos vereadores ficou lotado
Provocação
 
O deputado Bolsonaro iniciou a sua fala atacando verbalmente o público presente, que se colocava contrário as suas teses da Escola sem Partido. Sem argumentos acadêmicos e pedagógicos, Bolsonaro dava evidências que sua intenção era atacar seus adversários para causar tumulto e um possível esvaziamento do recinto. Durante a fala, entre as várias ofensas que fez aos educadores, afirmou que atualmente o que se têm nas escolas são “militantes políticos travestidos de professores”.
 
Na defesa do projeto antidemocrático que amordaça professores, além de Bolsonaro, na mesa estava presente o vereador Alexandre Aleluia, que é autor do mesmo projeto na Câmara Municipal de Salvador. Também marcou presença o procurador da justiça, Miguel Nagib, idealizador do projeto nacionalmente. Entre outros argumentos, Nagib declarou que questões sociais como, igualdade de gênero, racismo, LGBTfobia são discussões de cunho partidário, portanto, necessitam ser barradas nas escolas.

Escola livre
 
Dois dos convidados à mesa para contrapor a escola com mordaça foram os educadores Fernando Penna (UFF) e Sandra Marinho (UFBA). Durante suas intervenções, os dois fizeram a defesa da escola livre, pautada na formação com senso crítico e de acordo com a realidade social. Pena ressaltou que o Escola sem Partido, por limitar a atuação do professor em sala de aula, já teve como consequência um questionamento das Organizações das Nações Unidas ao governo brasileiro, além de um documento de 75 páginas, da Procuradoria Geral da República, em que critica o projeto e comprova que o mesmo é inconstitucional. Já a professora Sandra salientou que a proposta em questão criminaliza os docentes. Afirmou que não é coincidência o fato do Escola sem Partido surgir em um cenário mundial de avanço do conservadorismo, com a retirada de direitos sociais e trabalhistas. A educadora citou ainda que o projeto se coloca a favor da ideologia do ódio a pobres, negros e mulheres.
 
Também em defesa da escola livre, com formação crítica, falaram o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara e a vereadora Marta Rodrigues (PT), idealizadora do projeto Escola Livre, na Câmara Municipal de Salvador. Mas, antes dessas intervenções, Bolsonaro já havia fugido do debate, se retirando do recinto no meio da atividade, sem nem ao menos se despedir dos presentes.
 
Do lado de fora, a população contrária a Bolsonaro, com carro de som, bandeiras e faixas fazia protesto. Restou ao político fugir pela porta lateral, tal qual minutos antes, havia fugido do debate qualificado com educadores.
 
A próxima reunião da Frente Baiana Escola sem Mordaça será em 09 de junho, às 17h, na Faculdade de Educação da Ufba, no Vale do Canela, em Salvador. 


Protesto de estudantes e movimentos sociais fez Bolsonaro fugir por porta lateral
 

Debate Reforma da Previdência


Acontece na próxima quinta-feira (01), às 10h, o debate Reforma de Previdência. A atividade será realizada no auditório da ADUNEB, no Campus I da Uneb, em Salvador. Para discutir os ataques do ilegítimo governo Temer à classe trabalhadora, estarão presentes o deputado federal Robinson Almeida e o professor da Uesb Vinícius Correia.

A atividade será mais uma ação organizada pelo Comitê Uneb pela Democracia, e faz parte do Ciclo de Debates: O Ataque à Democracia no Brasil. O objetivo é fomentar junto à comunidade acadêmica reflexões sobre a atual conjuntura político-social do país.

A programação do ciclo de debates é aberta ao público e gratuita. A transmissão também é disponibilizada por videoconferência a todos os campi da Uneb. Não há necessidade de inscrição. 

A próxima atividade do ciclo será na segunda-feira (05). No período da manhã, às 9h, o debate será sobre o “Fim do financiamento público”. Já às 15h, acontece a discussão sobre a “Reforma do ensino”. Os dois eventos serão no auditório Jurandir Oliveira (DEDC I), no Campus I.

O Comitê Uneb pela Democracia é composto por representações das categorias dos professores, servidores técnicos e estudantis, além do grupo gestor da universidade.


Participe


XIII Encontro dos Docentes das Universidades Estaduais baianas se encerra de forma vitoriosa

No último final de semana, entre os dias 26, 27 e 28 de maio, ocorreu em Ilhéus (BA) o XIII Encontro dos Docentes das UEBA com o tema “Em defesa do serviço público e da universidade: contra a ofensiva conservadora”. O espaço reuniu cerca de 50 representações docentes da Bahia, que discutiu e elaborou política para o Movimento Docente (MD) para o próximo período diante da conjuntura de retirada de direitos nacional e estadual.

O Encontro é um espaço histórico do Fórum das ADs que existe há quase trinta anos, desde a década de 80. Para Milton Pinheiro, atual coordenador do Fórum das ADs, esse encontro, além de fortalecer o movimento docente e a unificação das lutas em torno da autonomia universitária, do orçamento, de melhores salários e condições trabalho, aconteceu também em uma conjuntura especial, em que a classe trabalhadora se levanta contra o governo de Michel Temer (PMDB) e está nas lutas de resistência, a exemplo da greve geral do dia 28 de Abril e da Marcha Brasília.

Mesas

Com o auditório cheio, o encontro foi aberto com a saudação de diversas entidades que reivindicaram o espaço e o papel que as Associações Docentes cumprem na Bahia. Estiveram presentes representantes da CSP-Conlutas, ANDES-SN, reitoria da UESC, DCE UESC, coordenação do Fórum das ADs, diretoria da ADUSC – que sediou o evento – e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). 

 A primeira mesa temática abordou o assunto central do encontro com as palestrantes Sara Granemann, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Zilmar Averita, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luis Eduardo Acosta. A mesa tratou sobre a atual conjuntura do país, as contrarreformas da Previdência e Trabalhista e as últimas grandes manifestações protagonizadas pela classe trabalhadora brasileira junto com o debate sobre as mulheres no mercado de trabalho e no capitalismo.

Grupos de Trabalho e Plenária Final

Além do encontro ser um espaço que discutiu os principais temas da conjuntura, também elaborou política e iniciativas para a realidade e atual conjuntura das UEBA. Os Grupos de Trabalho (GTs) foram o laboratório para isso, passando por tratar de questões como “Ajuste fiscal, previdência e financiamento das UEBA”, “Opressões, assédio moral e adoecimento docente” e “Ofensiva conservadora e a carreira docente”. 

Os encaminhamentos foram aprovados na plenária final junto às moções de repúdio. Confira o relatório final do encontro aqui

Acesse todas as fotos do Encontro das UEBA na página do Facebook do Fórum das ADs. 

                                                                                                                               Foto: Ascom Fórum das ADs

Mesa de abertura

Texto: Ascom Fórum das ADs 


Frente Baiana Escola sem Mordaça promove debate para discutir uma educação crítica e libertadora

A Frente Baiana Escola sem Mordaça realizou um ato político na tarde de segunda-feira (29) após o debate sobre o Programa Escola sem Partido, iniciado pela manhã na Câmara Municipal de Salvador em uma polêmica audiência pública com o deputado federal, defensor da ditadura militar e tortura no Brasil, Eduardo Bolsonaro (PSC).

Com o tema “Escola sem mordaça: por uma educação crítica e libertadora”, o ato teve como palestrantes os professores Fernando Penna (UFF) e Márcia Barreiros (UNEB), que problematizaram as inconsistências práticas e teóricas do projeto. Também fizeram parte da mesa os professores Marcos Barreto (APLB) e a professora Lana Bleicher (ANDES-SN).

De forma didática, o professor Fernando Penna desconstruiu os argumentos que fundamentam o Programa Escola Sem Partido, classificando-o como tendencioso e inconstitucional. Fernando problematizou as falsas ideias criadas pelo projeto a partir três parâmetros: o não reconhecimento do professor como educador, a educação como uma relação de consumo e a redução do aluno como uma propriedade de seus pais. Segundo o professor, o projeto segue uma lógica de consumo e dissemina entre a sociedade um “pânico moral” e é um grande ataque a profissão do professor.

A professora Márcia Barreiros explanou sobre as questões do racismo e da violência às mulheres e à população LGBT. Demonstrou, também, a necessidade de se debater essas questões em sala de aula e fez uma explicação teórica da falsa-afirmação para termo “ideologia de gênero”. Para a professora, gênero não pode ser classificado como uma ideologia.

Frente Baiana Escola Sem Mordaça

Reunindo inúmeras organizações sindicais, movimentos sociais, de juventude e populares, as Frentes Estaduais Escola Sem Mordaça significam mais um passo importante na organização da luta contra a lei da mordaça. O movimento tem como objetivo estimular o debate crítico e a resistência organizada da sociedade a esse projeto.

A próxima reunião da Frente Baiana Escola Sem Mordaça está marcada para dia 9 de Junho às 17h na Faculdade de Educação da UFBA. Para maiores informações sobre a frente, basta acessar aqui a página do facebook da Frente Baiana Escola Sem Mordaça. 
                                                                                                                                    Foto: Ascom Fórum das ADs

Debate Escola sem Mordaça: por uma educação crítica e libertadora

Texto: Ascom Fórum das ADs 
 
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